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Categoria: Escritores Mineiros
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Cláudio

CLÁUDIO MANOEL DA COSTA nasceu no dia cinco de junho de 1729, na Vila Ribeirão do Carmo (atual Mariana), Minas Gerais. Morreu no dia quatro de julho de 1789, na cidade de Vila Rica, no mesmo estado. Além de poeta, era advogado. Foi o fundador do arcadismo na Literatura Brasileira e um dos líderes da Inconfidência Mineira. Depois dos primeiros estudos na cidade natal, mudou-se para o Rio de Janeiro para fazer o ensino médio. Concluído esse ciclo, partiu para a cidade de Coimbra, em Portugal, para formar-se em Direito. Voltou para o Brasil em 1754, fixando-se na cidade de Vila Rica, onde começou a exercer a advocacia. Mais tarde, foi nomeado juiz da cidade, ficando no cargo até 1773, ano em que começou a se envolver com a Inconfidência Mineira.

O movimento político pretendia proclamar a independência do Brasil em relação a Portugal. No dia dois de julho de 1789 foi preso e interrogado sobre o envolvimento na conspiração. Dois dias depois, encontraram-no morto, enforcado, em sua cela. As autoridades alegaram suicídio, versão contestada posteriormente por diversos historiadores. Segundo o livro “Autos da Devassa”, caberia a ele a redação das leis do Brasil independente tão logo o movimento fosse vitorioso. Paralelamente às atividades advocatícias e políticas, o Cláudio Manoel da Costa era poeta. Escrevia sob o pseudônimo de Glauceste Satúrnio. Os motivos bucólicos e neoclássicos e o idealismo platônico são características da sua poesia. Toda a criação literária dele está reunida no livro “Obras Poéticas”, publicado originalmente em 1768.

Soneto

Fez a imaginação de um bem amado
Que nele se transforme o peito amante.
Daqui vem, que a minha alma delirante
Se não se distingue já do meu cuidado.

Nesta doce loucura arrebatado
Anarda cuido ver, bem que distante.
Mas ao passo que o busco, neste instante
Me vejo no meu mal desenganado.

Pois se Anarda em mim vivo, e eu nela vivo,
E por força da ideia me converto.