Ibrahimovic
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27/06/2018 — O craque Zlatan Ibrahimovic não joga mais pela seleção de futebol da Suécia, mas a máquina de gols atraiu quase tanta atenção na Copa do Mundo quanto os compatriotas que entraraam em campo na Rússia. O ex-capitão da seleção está aparecendo em dezenas de comerciais de patrocinadores corporativos como Samsung Electronics, a rede de farmácias Apoteket e a empresa de apostas Bethard Group Affiliates, da qual é co-proprietário. No Brasil, ele estrela uma campanha da bandeira de cartões de crédito Visa. Nenhuma dessas marcas é patrocinadora oficial da Copa do Mundo, nem da seleção sueca. Elas estão aproveitando a atenção gerada pela competição fazendo alusão a ela, mas de forma indireta, com vistas a evita processos departamento de marketing Fifa.
Sueco Esquentado
ZLATAN IBRAHIMOVIC nasceu no dia 3 de outubro de 1981, na localidade de Malmö, Suécia. Ao contrário da maioria dos craques, não chega a ser uma unanimidade. Talvez por ser grandalhão (1m92), talvez pelo forte temperamento, que lhe custou inúmeras suspensões, começou a carreira no Malmö Fotbollförening, da Suécia, em 1999. Passou pelo Ajax, da Holanda, entre 2001 e 2004, quando chegou à Juventus, de Turim, Itália, dividindo opiniões. Não que os juventinos tenham lamentado a sua contratação por 15 milhões de euros. Porém, para uma equipe que contava com Del Piero e David Trezeguet como dupla de ataque, a sua chegada “não era essencial”.
Entretanto, os fatos provariam o contrário. No fim da temporada 2004-2005, beneficiado pelas lesões dos seus principais concorrentes no ataque — e muitas vezes desbancando Del Piero —, garantiu um lugar de titular, marcando 16 gols no duríssimo campeonato italiano e ajudando o time a conquistar o vigésimo oitavo título nacional. De quebra, foi eleito (ao lado do zagueiro David Cannabaro) pelo jornal La Gazzetta dello Sport o principal jogador da conquista. Tudo isso com apenas 23 anos de idade. Antes de chegar à Itália, também esteve na mira do Arsenal, da Inglaterra. Embora sua contratação tivesse sido solicitada pelo técnico Arsène Wenger, a diretoria inglesa não botou fé — e se arrependeu por isso.
Em 2005, já estava consagrado na Europa. Passou a ser comparado ao craque holandês Marco Van Basten, inclusive pelo técnico Fabio Capello. Apesar de todo o respeito que conquistou na Itália, ainda era visto na época com certa desconfiança pela imprensa sueca, que não tinha bom relacionamento com ele. Os suecos o criticavam, não por duvidar de suas qualidades, mas porque o achavam muitas vezes desleal e sem a experiência necessária para atuar pela seleção em jogos decisivos. E suas atitudes não ajudavam muito. Chegou a colocar uma repórter sueca para fora de um restaurante a pontapés. Depois do incidente, passou a responder perguntas dos jornalistas compatriotas apenas com um “sim” ou um “não”. Além do gênio esquentado, tinha contra a ele a fama de ser “pouco sueco”.
Filho de pai bósnio, se oferecera para jogar pela seleção juvenil da Bósnia quando já era destaque do futebol do seu país. A federação bósnia recusou a oferta, mas ficou a impressão de que ele teria esnobado a seleção sueca. Sua estreia no selecionado, entretanto, se deu em 31 de janeiro de 2001, num decepcionante empate de zero a zero com as Ilhas Faroe. Seu primeiro gol pela seleção saiu na vitória por três a zero sobre o Azerbaijão, pelas eliminatórias da Copa de 2002. E, assim, foi à sua primeira copa com apenas vinte anos. Jogou somente no fim da prorrogação das oitavas de final, nas quais os suecos foram eliminados pela seleção do Senegal. Já na Eurocopa de 2004, foi titular nas quatro partidas da seleção sueca e marcou dois gols. Nas eliminatórias da Copa de 2006 marcou oito vezes e no mundial foi a estrela da equipe.
Ainda em 2006, transferiu-se para a Internazionale de Milão, pela qual foi o grande destaque da conquista do campeonato nacional na temporada 2008-2009. Comemorou ainda a artilharia do torneio, com 25 gols. Em 2009, foi contratado pelo Barcelona da Espanha, onde não demonstrou o mesmo rendimento que teve nas equipes anteriores. Em 2010, voltou para a Itália para defender o Milan, primeiro com um contrato de empréstimo e depois em definitivo. Recuperou-se no time italiano e voltou a ser o atacante temido por todas as defesas. Em 2012, transferiu-se para o Paris Saint-Germain, da França. Foi eleito pela revista Word Soccer, em 2013, o quarto melhor jogador do mundo, mas isso não o ajudou a classificar a sua seleção para a Copa de 2014. Os suecos perderam a vaga para Portugal, na repescagem, em dois jogos sensacionais, realizados em novembro.