ZIRALDO ALVES PINTO nasceu no dia 24 de outubro de 1932, na cidade de Caratinga, Estado de Minas Gerais.
Seu nome surgiu da combinação do nome da mãe, Zizinha, com o do pai, Geraldo. Ingressou na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte, no início dos anos de 1950, enquanto colaborava mensalmente na revista Era Uma Vez... A partir de 1954, publicou seus trabalhos numa página de humor do jornal A Folha de Minas. Nos anos de 1960, suas charges e cartuns políticos publicados na revista O Cruzeiro e no Jornal do Brasil, ganharam bastante notoriedade. Mas foi com o lançamento da Turma do Pererê, a primeira publicação em quadrinhos do Brasil, feita por um único autor, que ele se tornou nacionalmente conhecido.
Criou outros personagens em quadrinhos para o público adulto, como a Supermãe e Mineirinho. Em 1969, junto com os desenhistas Jaguar e Claudius, o escritor Millôr Fernandes e os jornalistas Sérgio Cabral e Tarso de Castro, entre outros, fundou o jornal alternativo O Pasquim. No mesmo ano, conquistou o Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas, na Bélgica. Ao mesmo tempo, a Associação Internacional de Imprensa lhe concedeu, em Caracas, na Venezuela, o Prêmio Merghantealler, considerada a mais importante premiação da imprensa livre na América Latina.
Ainda em 1969, tornou-se o primeiro desenhista da América Latina a fazer o cartaz anual do fundo nas Nações Unidas para a infância, Unicef. Publicou também seu primeiro livro infantil, Flicts. A partir de 1979, passou a escrever obras para crianças. Seu maior sucesso é O Menino Maluquinho, de 1980, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti. A obra foi adaptada para o teatro, ópera infantil, videogame e Internet. No cinema, o livro foi adapatado em 1994 e teve uma sequência em 1998. As obras do autor foram traduzidas em diversos países, entre os quais Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Espanha.
Ainda no cinema, fez a animação do filme Aventuras Com Tio Maneco, em 1971. Trabalhou como ator nos filmes Esse Mundo É Meu (1964), Garota de Ipanema (1967), Quatro Contra o Mundo (episódio O Menino da Cabeça Branca, 1970) e Menino Maluqinho 2 — A Aventura (1998), além de participar como ele mesmo do documentário Banda de Ipanema — Folia de Albino (2003). Na televisão, seus desenhos foram apresentados no humorístico Chico Total, comandado por Chico Anysio na Rede Globo, em 1981, enquanto o livro A Turma do Pererê foi adaptado como programa infantil na Rede Globo em 1983.
Considera-se um autor politicamente incorreto. Tão incorreto que não se fez de rogado ao pleitear (e conseguir!) ao Governo Federal uma indenização de R$ 1 milhão e uma pensão vitalícia mensal de R$ 4,5 mil por uma duvidosa perseguição política que teria sofrido durante o regime militar (1964—1984). Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995—2002), abarrotava os jornais com charges toscas, mordazes e até deselegantes para com o presidente, dizendo-se “independente” e “crítico”. Durante o governo de Lula da Silva (2003—2010), porém, sumiu. Continua sumido no governo de Dilma Rousseff.