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Categoria: Cantoras Fluminenses
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clementina-de-jesus in1Clementina de Jesus

CLEMENTINA DE JESUS DA SILVA nasceu no dia 7 de fevereiro de 1901, na cidade de Valença, Rio de Janeiro. Morreu no dia 19 de julho de 1987, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência cardíaca. Filha de escravos libertos pela Lei do Ventre Livre — o pai era um velho violeiro em sua cidade natal —, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda pequena, onde estudou numa escola de freiras. Nessa mesma época, trabalhou como lavadeira e começou a entoar lundus, toadas e outros gêneros musicais de dialeto iorubá.

Começou a frequentar o bloco carnavalesco Moreninhas das Campinas, que, mais tarde, mudou o nome para Quem Fala de Nós Come Mosca. Esse bloco se transformaria depois na Escola de Samba Portela. Também ensaiou blocos de pastoras e dirigiu pequenas escolas de samba. Em 1940, casou-se com o famoso mangueirense Albino Pé Grande, trocando, assim, a Portela pela Mangueira. Continuou cantando como amadora e trabalhando como empregada doméstica por mais de vinte anos. Em 1963, já com 62 anos, foi “descoberta” pelo jornalista, poeta e pesquisador musical Hermínio Bello de Carvalho.

O poeta a apresentou um ano depois nos shows O Menestrel e Rosas de Ouro. Na época predominavam a Bossa Nova e as escolas de canto europeias, que contrastavam com seu timbre de voz grave. Apesar de se ter profissionalizado tardiamente, passou a ser uma unanimidade da crítica musical. Gravou apenas doze discos, três deles compactos, sozinha ou com outros artistas. E, 1966, foi uma das representantes brasileiras no Festival de Arte Negra de Dacar, no Senegal, e no Festival de Cinema de Cannes. Em 1982, foi homenageada pela Escola de Samba Lins Imperial. No ano seguinte, fez parte do enredo da Escola de Samba Beija-Flor, campeã do carnaval carioca. É considerada uma das damas do samba brasileiro.