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Categoria: Cidades Gaúchas
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Eclipse

12/11/1966 — De repente, Bagé, cidade pacata do Rio Grande do Sul, transformou-se no centro das atenções de todo o mundo científico. Ali, precisamente às 12h05m05s, o Sol se apagou. Era o trigésimo nono eclipse total do astro-rei no século, um dos mais bem estudados e observados do mundo. Poucos momentos antes, um enorme arco-íris apareceu no céu, prenunciando a apoteose de um espetáculo em que os astros eram o Sol e a Lua. E o luminoso planeta Vênus, que pôde ser visto a olho nu durante os quase dois minutos da totalidade do eclipse. Um vento frio e cortante soprou de repente e a temperatura desceu cerca de 12 graus, proporcionando a milhares de pessoas o espetáculo raro de uma fantástica noite artificial. Um espetáculo que levou ao Rio Grande do Sul perto de 500 cientistas de várias partes do mundo.

BAGÉ — Foi fundada no dia 17 de julho de 1811. Situa-se no Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul. Limita-se com os municípios de Lavras, ao Norte; Caçapava, ao Norteste; Vichadero (Uruguai), ao Sul; Erval, ao Sudeste; Pinheiro Machado, ao Leste; e Dom Pedrito, ao Oeste. A estimativa do IBGE para 2018 dá conta de 120.943 habitantes, assentados num área de 4,1 mil quilômetros quadrados. O Produto Interno Bruto estimado é de R$ 2,2 bilhões, com predominância para o setor de serviços (incluído o comércio), com 54,54%. O setor da indústria tem 8,14% e a agropecuária, 5,84%. O Índice de Desenvolvimento Humano, medido em 2010, é 0,740, considerado “alto” nos critérios da ONU.

Historicamente, toda a região do pampa gaúcho era ocupada, até o século XVI, predominantemente pelos índios charruas. A colonização europeia da região foi iniciada nos fins do século XVII, com portugueses e espanhóis. Uma das primeiras construções foi uma redução construída por jesuítas, chamada “Santo André dos Guenoas”, fundada como posto avançado de “São Miguel”, um dos Sete Povos das Missões. A incansável resistência dos índios da região à catequização católica, notadamente os tapes, os minuanos e os charruas, levou a um conflito que resultou na destruição do povoado. Clique na imagem. A partir de então, a região serviu de palco para diversos conflitos entre europeus e nativos.

Destaca-se o ocorrido em 1752, quando 600 índios charruas, comandados por Sepé Tiaraju, rechaçaram os enviados das coroas de Portugal e da Espanha que, amparados no tratado de Madri, assinado dois anos antes, vieram para estabelecer as fronteiras. Em 1773, Dom Juan José de Vértiz y Salcedo, vice-rei de Buenos Aires, com cinco mil homens, saiu do Rio da Prata, atravessou o Uruguai e, chegando ao limite sul do Escudo Riograndense, lá construiu o Forte de Santa Tecla, que foi demolido e arrasado em dois combates e do qual ainda hoje restam ruínas. Em 1801, para que não houvesse possibilidades de os espanhóis voltarem a ocupar a região, o governo português passou a fazer doações de sesmarias para fazendas de criação de gado. Esse fato resguardou as fonteiras do sul do país e levou à criação oficial do município em 1811.