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Categoria: Cientistas
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franz-boas in1Franz Boas
Nasceu no dia 9 de julho de 1858, na localidade de Minden, Alemanha. Morreu no dia 21 de dezembro de 1942, na cidade de Nova York, Estados Unidos.

Iniciou a carreira como geógrafo. Com os contatos que manteve, em 1882, com Adolf Bastian (1826-1905) e com Rudolf Virchow (1821-1902) fizeram com que dirigisse seus estudos para a antropologia. Fazendo observações entre os esquimós em 1883 e 1884, coletou vasto material etnográfico, que resultou na sua primeira obra de caráter antropológico: Os Esquimós Centrais. Em 1886, esteve entre os Bellacoola, índios do Canadá, novamente dedicando-se a estudos linguísticos e contando as peripécias da viagem em cartas, postumamente publicadas. Através dos anos, continuou estudando estruturas de línguas ameríndias. Sua importante gramática da língua Kwakiutl somente foi publicada após sua morte.

Dizem os estudiosos que foram os princípios da ciência alemã, inculcados nele através de estudos de geografia e de física nas universidades do seu país de origem, que o levaram a encarar a linguística como coleta de textos e de vocabulários. Vendo que as línguas indígenas iam desaparecendo e que o seu registro era importante para a mente humana, ele induziu os seus alunos a seguirem o caminho que traçara. Em 1917, fundou o Jornal Internacional de Línguas Americanas, introduzindo-o com um artigo, em que se refere às inter-relações da linguística com outros dados culturais, como também já havia feito em outras publicações. Como antropólogo físico, usou largamente o método estatístico e deu muita atenção à influência do meio nas modificações fisiológicas, como se evidencia pelo seu trabalho Mudanças Corporais dos Descendentes de Imigrantes, publicado em 1911.

Em alguns trabalhos, procurou relacionar certos fenômenos biológicos, como, por exemplo, o começo do presbitismo (perturbação da visão) ou do embranquecimento dos cabelos com a expectativa de vida dos homens. Na antropologia cultural, foram enormes as suas contribuições, abrangendo estudos desde cultura material até organização social, problemas metodológicos até a arte dos povos primitivos em geral. Como arqueólogo, teve um papel relevante na Fundação de Arqueologia Americana e de Etnologia no México. Após o surgimento do nazismo na Alemanha, lutou incessantemente por meio de artigos e cartas abertas contra aquela doutrina. Não viveu para ver a renovação da sua antiga pátria, pois morreu durante um almoço, em 1942, quando defendia o que era a sua convicção básica de antropólogo: a igualdade mental das raças humanas.