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Categoria: Físicos Americanos
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benjamin-franklin in1Franklin
Nasceu no dia 17 de janeiro de 1706, na cidade de Boston, Massachusetts, Estados Unidos. Morreu no dia 17 de abril de 1790, na cidade de Filadélfia, PensilvâniaSua infância transcorreu tranquila em sua cidade natal, onde aprendeu a ler, escrever e desenvolver cálculos elementares. Mais tarde, complementaria sozinho essas noções básicas, estudando ciência, filosofia, literatura e línguas.

Mas a vida despreocupada não durou muito tempo: com apenas 12 anos foi trabalhar na oficina de tipografia do seu irmão a mais velho. E soube aproveitar a dupla vantagem que esse emprego lhe oferecia: além de aprender o ofício, lia todos os originais que lhe caíam nas mãos. É também na tipografia que se revelou como escritor: seus primeiros textos, geralmente bem humoradas sátiras aos costumes locais, renderam-lhe dinheiro suficiente para, aos 17 anos, poder tentar uma aventura.

Decidido a se livrar da tutela do pai e do irmão, abandonou Boston e foi para Nova York. Não encontrando trabalho nesta cidade, seguiu para Filadélfia, onde conseguiu fazer prosperar uma tipografia  que estava à beira da falência. O sucesso financeiro foi considerável e ele concretizou mais um sonho: embarcou para Londres, a fim de se aperfeiçoar nas artes tipográficas. Em 1727, com 21 anos, regressou aos Estados Unidos. Cheio de planos, pôs-se rapidamente a executá-los. Entre esses planos estava a fundação do jornal The Saturday Evening Post, que sobreviveu até 1969. Mas seu grande sucesso editorial foi o periódico O Almanaque do Pobre Ricardo (1732), uma espécie de calendário que, além de ilustrações simples e dados astronômicos, continha conselhos úteis, provérbios, jogos e divertimentos.

benjamin-franklin in2Com o almanaque, pretendia se tornar um educador popular, difundindo uma moral baseada não na metafísica ou na teologia, mas no trabalho, na economia e na honestidade. É neste objetivo de espalhar cultura entre o povo que criou, em 1731, a primeira biblioteca pública do seu país. Preocupado também com outros tipos de necessidades do povo, que, desarmado, vivia em contato com territórios em guerras sem fim, organizou uma brigada de voluntários, a qual constituiu o primeiro núcleo do exército norte-americano. Organizou, em seguida, uma milícia de bombeiros. Sugeriu também medidas para limpeza e calçamento de ruas, bem como concebeu um projeto para a iluminação da cidade.

Verificando os métodos arcaicos que orientavam o ensino, imprimiu um pequeno livro — Propostas Relacionadas com a Educação da Juventude na Pensilvânia (1749) —, no qual defende a necessidade de uma educação mais prática. Criou também uma escola que, posteriormente, daria origem à primeira universidade dos Estados Unidos. Foi justamente nesse período, por volta de 1750, que começou a se interessar por problemas científicos, sobretudo os relacionados aos fenômenos naturais. Assim, começou a fazer observações sobre as causas e as estruturas dos ciclones; estudou as correntes marítimas; investigou o fenômeno da condução do calor; e fez pesquisa em óptica, o que o levou à invenção das lentes bifocais.

Embora essas contribuições tenham sido significativas, não atingiram a importância dos trabalhos realizados em torno da eletricidade, em particular da eletrostática, ciência mal conhecida na época. Trabalhando com um tubo eletrostático, colheu dados necessários para formular uma teoria baseada no conceito fundamental de que existiria uma substância elétrica (“fluido elétrico”), contida nos corpos, em quantidade definida. Frente a determinadas condições, essa substância poderia variar: aumentando, o corpo ficaria com carga positiva; diminuindo, a carga seria negativa. As suas pesquisas nesse campo culminaram com a construção, em 1852, do primeiro para-raios, testados anteriormente com papagaios de papel.

benjamin-frankin dolar1Progressivamente, a luta pela independência da América Colonial passou a absorver o tempo do cientista. Em 1754, membro da Assembleia da Pensilvânia, propôs um plano de união das colônias. Em 1757, defendeu junto ao Império Britânico os interesses americanos. Entre 1763 e 1765, em missão diplomática, conseguiu a revogação da Lei do Selo, que tirava das colônias americanas o direito de autocobrarem impostos sobre manufaturados em geral. Em 1773, publicou em Londres o Edito do Rei da Prússia, obra em que reclamava direitos sobre toda a Grã-Bretanha, recorrendo aos mesmos argumentos usados pelo rei inglês para justificar a posse das colônias da América. Esse problema seria novamente abordado na obra Regras Pelas Quais Um Grande Império Pode Tornar-se Pequeno, publicada no mesmo ano, cuja característica era uma forte dose de humor satírico.

O ano de 1775 o encontrou novamente nos Estados Unidos, ao lado de George Washington, organizando as defesas do país. Em 1776, com Thomas Jefferson e John Adams, redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Dois anos mais tarde, cumpriu vitoriosamente a tarefa de negociar uma aliança com a França. Assinou também o tratado de paz com a Inglaterra. Terminado o seu trabalho diplomático, pretendia voltar a se dedicar às experiências científicas. No entanto, em 1785, foi nomeado presidente do Supremo Tribunal da Pensilvânia, cargo que ocupou até 1788. Acumulou, ainda, as funções de delegado do estado à Convenção Constitucional. Contou sua vida no livro Autobiografia, publicado em 1757. É considerado um dos pais da pátria norte-americana.