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Categoria: Naturalistas
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carl-lineu in1Carl Lineu

Nasceu no dia 23 de maio de 1707, na localidade de Rashult, Kronoberg, Suécia. Morreu no dia 10 de janeiro de 1778, na localidade de Uppsala, Suécia. Filho de um pastor protestante, teve infância e juventude pobres em sua cidade natal. Mas conseguiu estudar medicina entre 1727 e 1733. Seu interesse em conhecer novas espécies de plantas e animais o levou a empreender, a partir de1732, longas viagens por diversos países da Europa. Quando retornou à Suécia, continuou suas pesquisas naturalistas, sobrevivendo com um emprego de médico.

Durante esse período, economicamente crítico, desenvolveu com Peter Artedi (1705-1735) um método de classificação, ordenação e nomenclatura para os três reinos da natureza, apresentando-o numa publicação de 1735. Em 1741, tornou-se professor de medicina na Universidade de Uppsala. Mais tarde, também passou a ensinar botânica. Nessa área, sofreu acentuada influência do francês Joseph Pitton de Tournefort (1656-1708), o primeiro a tentar um sistema natural de classificação. Foi a partir da leitura de um livro de Sebastien Vaillant (1669-1722), discípulo do primeiro, que ele intuiu a importância dos órgãos reprodutores como característica básica na classificação das plantas.

Nesse “sistema sexual”, aliou à nomenclatura binária uma descrição, também em latim, dos principais aspectos da planta. No Systema Naturae e, depois, na Philosophia Botanicca (1751), nos quais distinguiu os “verdadeiros botânicos” dos “botânicos diletantes”, ele dividiu a natureza em três reinos: mineral, animal e vegetal. E a cada um fez corresponder uma subdivisão em classes, gêneros e espécies. Para as sete mil plantas conhecidas na época, estabeleceu vinte e quatro classes, segundo o número, disposição, proporção e reunião dos estames (os órgãos sexuais masculinos). Distribuiu as angiospermas (plantas com flores) por vinte e três classes (um estame, monandria; dois estames, diandria, etc.). Dividiu ainda essas classes em ordens, baseado no número de estigmas (um estigma, monogenia; dos estigmas, digenia; etc.).

Para os animais, levou em consideração os órgãos internos. Foi o primeiro a distinguir os vivíparos por meio da classificação mamária e a incluir os cetáceos na classe dos mamíferos. Sua divisão zoológica abrangia a Mammalia (encabeçada pelo Homo Sapiens), Aves, Amphibia (incluindo alguns répteis), Pices, Insecti (com alguns crustáceos) e Vermes (com alguns moluscos). Ele também cometeu erros, como o de classificar as roseiras em três ordens diferentes, ou de juntar numa mesma ordem (ferae) o tigre, o leão, a lontra, a foca, o ouriço, a toupeira e o morcego. Foi, sobretudo, no campo zoológico que ele criou grandes adversários, como Georges Buffon (1707-1788).

O cientista francês contestou radicalmente a sua nomenclatura binária, defendendo a divisão dos animais conforme o ambiente em que vivem (peixes, pássaros, etc.) e das plantas pelo tamanho e pelo habitat. Foi também Buffon quem criticou a colocação do cavalo e da zebra num mesmo grupo, já que a zebra era pouco conhecida. Mas o francês acabou aceitando e usando a sua classificação, pois ela permitia simplificar o seu trabalho. Suas pesquisas foram condensadas em diversos livros. Entre eles, destacam-se General Plantarum e Critica Botannica (1737) e Species Plantarum (1753), que foram para a botânica o início de um período inteiramente novo. Obras primordiais para que os botânicos franceses Antoine-Laurent de Jussieu (1748-1836) e Michel Adanson (1727-1806) lançassem as bases da verdadeira classificação natural.