a familia 1987La Famiglia

16/08/2018 — O filme “A Família”, do diretor italiano Ettore Scola, foi lançado no dia 30 de janeiro de 1987. O diretor deixa que o personagem Carlo, interpretado sucessivamente pelo Emanuelle Lamaro, Andrea Occhipinti e Vittorio Gassman, narre a vida dele desde o batismo, em 1906, até completar oitenta anos. Nesse meio tempo, a Itália é convulsionada pela Primeira Guerra Mundial, pelo fascismo, pela reconstrução democrática e por turbulências políticas e econômicas. No entanto, não se trata, puramente, de um filme de fundo social. São os acontecimentos individuais que interessam.

Principalmente, a maneira como eles se entrelaçam com os grandes processos coletivos, ao longo do Século XXCarlo, o protagonista, é um intelectual de centro-esquerda. Ele ama a Adriana, interpretada pela Jo Champa na juventude e pela Fanny Ardant, na maturidade. Mas é com a irmã dela, Beatrice (Cecília Dazzi e Stefania Sandrelli), com quem se casa. Vai colher, por isso, até a velhice, as consequências da escolha. “Um filme para quem gosta de se emocionar”, escreveu o crítico Luciano Trigo numa resenha para a Playboy de julho de 1988. Já o Guia de Vídeo e DVD, editado em 2001, afirma: “é um filme simples, bonito, sentimental e simpático, num inesquecível exercício de cinema”. “A Família” foi o vigésimo sexto trabalho do Ettore Scola. Além de dirigir, criou os personagens e foi um dos roteiristas da história.

ettore-scola ft1Ettore Scola
ETTORE SCOLA nasceu no dia 10 de maio de 1931, na cidade de Trevico, Campânia, Itália. Morreu no dia 19 de janeiro de 2016, na cidade de Roma. Antes de enveredar pelo cinema, estudou e graduou-se em direito e jornalismo. Trabalhou, primeiramente, em rádio. Depois, travou conhecimento com cineastas, para os quais começou a escrever argumentos. A estreia como diretor aconteceu em 1964, com a comédia “Fala-Se De Mulheres”. Nos últimos anos de vida, deixou de realizar filmes para trabalhar em documentários coletivos de temática política. Assim foi o “G8”, que versou sobre a reunião dos oito maiores países do mundo em Gênova, e “Cartas da Palestina”, sobre o conflito nos territórios ocupados por Israel.

Até 2013, realizou trinta e nove longas-metragens. Em 1974, ganhou o primeiro prêmio de melhor diretor. Foi um César (o Oscar francês) pelo filme “O Baile”, que lhe deu também o Urso de Prata do Festival de Berlim. Voltaria a ganhar o prêmio francês em 1977, pelo filme “Um Dia Muito Especial”. No Festival de Cannes, em 1976, ganhou a Palma de Ouro de melhor direção com o filme “Feios, Sujos e Malvados”. Faturou novamente esse prêmio em 1980, pelo roteiro do filme “O Terraço”. Recebeu, ainda, inúmeras indicações em outras oportunidades para esses e outros prêmios oferecidos em festivais de países da Europa. É considerado pela crítica um dos maiores cineastas italianos. Ele soube retratar nas telas a vida e a evolução social das cidades italianas nas décadas de 1970 e 1980.


 

 



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