Na coletiva de apresentação do júri, seu presidente, o cineasta norte-americano Steven Spielberg, disse que Cannes é o lugar perfeito para se celebrar o cinema do mundo. No domingo (26/05/2013) após a premiação, ele reafirmou o que havia dito antes. O americano e seus jurados podem ter feito algumas escolhas discutíveis, ou se esquecido de filmes importantes, mas foram corajosos, ousados. No geral, fizeram a coisa certa. A Palma de Ouro para A Vida de Adèle, do tunisiano Abdellatif Kechiche, não apenas premiou o indiscutível melhor filme da seleção oficial — referendado pelo prêmio da crítica —, como se estendeu a duas atrizes, Adèle Axerchopoulos e Lea Seydoux, que receberam diplomas e subiram ao palco com o diretor.
O presidente do júri justificou a tríplice escolha: “A colaboração entre o diretor e suas atrizes é tão intensa e radical que só se pode pensar nesse filme como uma coisa orgânica. Se a escolha do elenco fosse apenas 3% errada, A Vida de Adèle não teria causado a intensa emoção que provocou”. O filme conta a historia da descoberta da homossexualidade por uma garota, que vive uma forte relação com outra mulher. Adèle Axerchopoulos e Lea Seydoux têm cenas íntimas que beiram o sexo explícito. A Palma de Ouro consagra um filme e um tema que viraram tabu na França. Em todo o país ocorrem manifestações contra o casamento gay. Veja abaixo, os vencedores do Festival de Cannes 2013.
PALMA DE OURO
• A Vida de Adèle (França)
GRANDE PRÊMIO
• Inside Llewyn Davis (EUA)
PRÊMIO DO JÚRI
• Like Father, Like Son (Japão)
MELHOR ATOR
• Bruce Dern (Nebraska)
MELHOR ATRIZ
• Berenice Bejo (Le Passe)
MELHOR DIRETOR
• Amat Escalante (Heli)
CAMÉRA D´OR
Ilo Ilo (Singapura)
UN CERTAIN REGARD
• L´n Image Manquante (França)
MELHOR ROTEIRO
• A Touch of Spin (China)
MELHOR CURTA METRAGEM
• Safe (Coreia do Sul)