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Categoria: Escritores Brasileiros 1
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02/08/2020 — A editora Nova Fronteira mandou para as livrarias uma obra inédita do Ariano Suassuna. Escrito em 1966, o “O Sedutor do Sertão” foi uma trama urdida originalmente para o cinema. O filme, entretanto, acabou não acontecendo por falta de dinheiro. O texto parou nas gavetas do autor paraibano, falecido em 2014. “Descoberto”, é, agora, publicado pela primeira vez. Esse livro apresenta diversos pontos de contato com a obra-prima do autor, o “Romance da Pedra do Reino”. Começa pelo protagonista, o anti-herói Malaquias Pavão. A ideia para o enredo foi retirada de uma passagem da obra “Os Sertões”, do Euclides da Cunha. O Ariano Suassuna é um dos escritores mais aplaudidos pela crítica, com diversos livros adaptados para o cinema e a televisão.

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ARIANO VILAR SUASSUNA nasceu no dia 16 de junho de 1927, na cidade de Paraíba do Norte (atual João Pessoa), Estado da Paraíba. Morreu no dia 23 de julho de 2014, na cidade do Recife, Estado de Pernambuco. Fez os primeiros estudos na cidade natal. Depois de terminar o colégio, mudou-se para a cidade do Recife, onde se formou em Direito na faculdade local. Mas a vocação era mesmo a literatura. Nessa área, foi nomeado professor na Universidade Federal de Pernambuco.

Nela, deu aulas de estética e da história do teatro. Nessa época, ajudou a fundar o Teatro do Estudante do estado. A primeira peça teatral de sua autoria, a “Uma Mulher Vestida de Sol”, saiu em 1947. Nesse trabalho, demonstrou clara inspiração popular e convicção cristã. Nos trabalhos seguintes, recuperou o auto religioso medieval nas peças “Auto do São João da Cruz” (1950) e “O Arco Desolado” (1952). O reconhecimento nacional chegou em 1955 com a peça “O Auto da Compadecida”, adaptada como série pela TV Globo em 2000.

Nessa obra demonstra clara influência da tradição folclórica brasileira. Na peça “A Pena e a Lei”, de 1959, premiada no Festival Latino-Americano de Teatro, utilizou elementos típicos do teatro de marionetes, com as máscaras e a mecanização dos movimentos. Em 1960, fundou o Teatro Popular do Nordeste, no qual apresentou as peças “A Farsa da Boa Preguiça” e “A Caseira e a Catarina”. No final da década, interrompeu a carreira de dramaturgo para se dedicar à prosa de ficção e ao trabalho de animador cultural. Entre os seus livros mais conhecidos está o “Romance da Pedra do Reino” (1971), adaptado como minissérie pela TV Globo em 2007. No total, deixou escritas 18 peças teatrais, quatro romances e seis livros de poesia.