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Categoria: Poetas Gregos
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Poeta lírico grego, nasceu em dia e mês incertos do ano de 563 a.C. e morreu em dia e mês incertos do ano de 478 a.C., na cidade de Teos, Jônia (região da atual Turquia). Não há informações confiáveis de como teria sido a sua infância e adolescência. Após a invasão persa de 545 a.C., quando o imperador Ciro anexou a costa grega da Ásia Menor, foi para a corte de Polícrates, tirano de Samos, de quem se tornou conselheiro. Com a morte do protetor, em 522 a.C., transferiu-se para Atenas, sendo, então, recebido por Hiparco.

Assassinado este protetor, em 514 a.C., retornou para a cidade natal. Das suas poesias, só restam fragmentos. Coligidas pelos alexandrinos, foram publicadas, em 1544, na França, as Odes de Anacreonte, edição considerada apócrifa. Seus cânticos às musas, ao deus do vinho Dioniso e ao amor foram muito populares entre os gregos, sendo deles um dos poetas mais imitados. Em Portugal, tanto Bocage quanto Feliciano de Castilho foram influenciados por ele e fizeram tradução de suas obras. Seus momentos líricos eram tão intensos que levaram Cícero, o grande tribuno romano, não obstante sua severidade, a elogiá-los publicamente.

Fragmento 1
Ó divino – com quem, enquanto percorre
os altos cimos dos montes, folgam
as ninfas dos olhos azuis,
a purpúrea Afrodite e o indomável Eros

— Rogo-te que benévolo
venhas para escutar
minha grata prece.

Infunde sábio conselho
em Cleóbulo: que ele aceite,
ó Dioniso, o meu amor.

Fragmento 2
Eia rapaz, traz-me o cálice
para qu'eu beba d’um alento,
mescla na taça dez partes de água
e cinco de vinho, pois quero
de novo embebedar-me
sem tantas histórias.

Eia, não façamos como
os Citas que bebem do vinho
entre brigas e gritarias,
mas calmos brindemos entoando
belos cantos em louvor aos deuses.