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Categoria: Militares
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duque-de-caxias m1Duque de Caxias
LUÍS ALVES DE LIMA e SILVA
nasceu no dia 25 de agosto de 1803, na Vila Porto de Estrela, atual cidade de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Morreu no dia 7 de maio de 1880, na cidade de Barão de Juparanã-RJ.

Integrante de uma família de militares, foi declarado cadete aos cinco anos de idade. Em 1823, com apenas vinte anos, participou, como tenente, da campanha pelo reconhecimento da independência da Bahia. Promovido a capitão, conduziu a linha de frente brasileira na Guerra Cisplatina em 1825. Depois, foi nomeado major e chefiou o batalhão do imperador até 1831. Em 1840, combateu os focos de resistência ao governo central eclodidos no Maranhão e no Piauí. Em recompensa pela pacificação das duas províncias, foi elevado ao posto de brigadeiro, recebendo também o título de Barão de Caxias.

Como comandante das armas da corte, reprimiu a Revolução Liberal em 1842 em São Paulo e Minas Gerais. Também dirigiu as tropas imperiais contra a Revolta dos Farrapos no Rio Grande do Sul. Em 1845, o imperador Dom Pedro II o indicou para representar a província gaúcha no Senado Federal. Ainda liderou as tropas nas guerras platinas em 1851 e exerceu, depois, a presidência do Rio Grande do Sul. Em 1866, chefiou as forças brasileiras na Guerra do Paraguai, conquistando a cidade de Assunção em 1869. Recebeu no mesmo ano o título de Duque de Caxias pelos relevantes serviços prestados ao império brasileiro. A sua longa carreira militar confundiu-se com a história do Império do Brasil.

No fortalecimento do estado monárquico, participou de quase todos os conflitos armados, em defesa do projeto de centralização política e manutenção da integridade territorial do país. A sua trajetória militar levou o exército a adotá-lo, na década de 1920, como o paradigma de comportamento a ser seguido por soldados e oficiais. Nas duas décadas seguintes, Getúlio Vargas reforçou a identificação do exército com o duque, posto que suas características de militar leal ao estado e defensor do centralismo político constituíam reforço ideológico ao projeto político varguista. Posteriormente, ele foi elevado à condição de patrono do exército, sobrepujando o General Osório, seu contemporâneo que, por décadas, ombreara com ele no panteão dos heróis militares brasileiros.

duque-de-caxias in1A historiografia escrita por autores militares o desumanizou, ao apresentá-lo como soldado e cidadão sem falhas. A artificialidade dessa imagem contribuiu para a pouca identificação com ela por parte do cidadão comum. Porém, a pesquisa da correspondência enviada por ele do Paraguai e as memórias de combatentes fazem emergir um comandante-em-chefe que se expôs voluntariamente ao fogo inimigo, arriscando a vida; que se indignava com o comportamento de parte dos oficiais nos combates da “dezembrada”; que não esmorecia, apesar da dificuldade de levar os soldados brasileiros ao combate; que, em agosto de 1868, defendeu o término da guerra pela negociação, e não pela vitória militar, de modo a evitar novas perdas e gastos para o império. Tem-se um homem que, aos 63 anos de idade, aceitou o comando de um exército desorganizado e desmoralizado após a derrota de Curupaiti, quando podia continuar no Rio de Janeiro, em confortável situação.

No Paraguai, ele viveu angústias, teve dúvidas, mas transcendeu suas limitações, impôs-se grandes sacrifícios pessoais e destruiu o poderio militar paraguaio. É surpreendente, segundo os historiadores, que, apesar da sua importância histórica, se saiba relativamente pouco sobre ele. Grande parte das biografias escritas é laudatória, inspirada no livro “Vida do Grande Cidadão Brasileiro Luis Alves de Lima e Silva”, do padre Joaquim Pinto de Campos, publicado em 1878. Nas décadas de 1960 a 1980, ele foi vítima de outra deturpação: a revisionista, que, após responsabilizar absurdamente a Inglaterra como causadora da Guerra do Paraguai, apresentou sua atuação no conflito quase como a de um genocida. Essa versão foi aceita de forma acrítica pelo meio acadêmico, que se opunha ao regime autoritário instalado com o golpe militar de 1964. Entretanto, é incontestável que foi um dos maiores brasileiros de todos os tempos (Fonte: Francisco Doratiolo).