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Categoria: Mitos Gregos
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01Eneias

ENEIAS era um herói troiano, nascido da união da deusa Afrodite com o mortal Anquises. Com cinco anos de idade, levaram-no para as montanhas e o entregaram às ninfas e ao centauro Quirão. Eles cuidaram da educação dele até a idade adulta. Retornando à cidade de Troia, casou-se com a Creúsa, filha do rei Príamo. Com ela, teve um filho ao qual deu o nome de Ascânio. Quando o príncipe Páris raptou a rainha Helena da cidade de Esparta, prevendo os trágicos resultados desse ato, aconselhou a restituição da jovem ao rei Menelau.

Embora a sugestão tenha sido rejeitada, o herói enfrentou corajosamente os gregos quando estes sitiaram a cidade. Ferido pelo grego Diomedes, o deus Apolo o tirou do meio da batalha para lhe salvar a vida, dissimulando-o sob a forma de uma nuvem. Recuperado, voltou ao combate e matou o Créton e o Orsíloco. Ao lado do príncipe Heitor, pôs em fuga os gregos. Participava da luta quando o grego Pátroclo morreu nas mãos do Heitor. Nessa ocasião, o deus Poseidon o salvou do Aquiles, também cobrindo-o com uma nuvem. Na noite em que os gregos tomaram Troia, à frente de um grupo de guerreiros eliminou numerosos inimigos. Impotente, porém, frente ao número crescente de adversários, deixou a cidade.

Levou o pai Anquises nos ombros e carregou nos braços o filho Ascânio, os deuses Penates e o PaládioA esposa Creúsa, que o acompanhava, desapareceu na fuga. Chegando ao Monte Ida, reuniu os sobreviventes do massacre e construiu uma nova cidade, sobre a qual reinou. Depois, retomou viagem. Passou pela Trácia, Macedônia, Samotrácia, Creta, Delos, Citera, Lacônia, Arcádia e atingiu o Épiro, onde encontrou o Heleno e a Andrômaca. Finalmente, chegou à Itália Meridional, onde enfrentou algumas colônias gregas ali estabelecidas. Contornando a Sicília, escalou o Drépano. Ali, o pai Anquises morreu. Pondo-se novamente ao mar, uma tempestade o lançou às costas da cidade de Cartago na África. A rainha Dido o recebeu hospitaleiramente e dele se enamorou. Por ordem dos deuses, o herói dirigiu-se a Cumas, onde a Sibilia o conduziu aos infernos.

Depois disso, prosseguiu na saga e chegou a Caieta, onde rendeu homenagens à nutriz. Acampou em seguida junto ao Rio Tibre. O Latino, rei dos habitantes da região, o recebeu cordialmente, mas o Turno, rei dos rútulos e noivo da princesa Lavínia, armou-se para combatê-lo. Auxiliado pelo rei Evandro, matou o oponente. Esposou a Lavínia e após a morte do sogro Latino reinou sobre a Região do Lácio. Segundo uma versão, depois de empreender numerosas lutas contra algumas povoações da região, teria desaparecido em meio a uma tormenta. Acreditando que os deuses o haviam arrebatado aos céus, os latinos lhe prestaram honras divinas. A saga do Eneias, desde o momento em que saiu de Troia até atingir a Itália, foi contada no poema épico “Eneida” do romano Públio Virgílio Marão. A aventura é contada em doze cantos.