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Categoria: Imperadores Russos
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pedro russia1O Grande

PEDRO I DA RÚSSIA nasceu no dia nove de junho de 1672, na cidade de Moscou, capital da Rússia. Morreu no dia oito de fevereiro de 1725, na cidade de São Petersburgo. Em fins do século XVII, enquanto numerosos estados nacionais, absolutos e unificados, se consolidavam na Europa, ainda subsistia na Rússia uma estrutura feudal e escravocrata, sobretudo no campo, habitado por 90% da população. Os bens de primeira necessidade eram produzidos nos domínios rurais. Nas cidades, encontravam-se apenas objetos de luxo.

O comércio externo consistia na importação de produtos manufaturados da Europa e na exportação para a Ásia (e parte da Europa) de matéria prima como o linho e a madeira. Dentro desse panorama, subiu ao poder, em 1689, Pedro, o Grande. Tinha 37 anos e iria se destacar pelas tentativas de ocidentalizar e modernizar o seu país. Lançando-se a grandes conquistas, expandiu o império na direção de quase todas as rotas comerciais da época, atingindo os mares livres da Europa e da Ásia. Para alcançar esse objetivo, mobilizou o exército, a marinha e todos os recursos financeiros e administrativos então disponíveis.

Em 1695, apoderou-se de Azov, numa expedição contra os turcos. Cinco anos mais tarde, conquistou as cidades de Vilna (atual capital da Lituânia) e Grodno, situada na Bielorrúsia. Investindo contra o rei Carlos XII da Suécia, derrotou as tropas do monarca na Batalha de Poltav. O sueco não se resignou com a derrota e incitou os turcos contra o russo. Nesse novo conflito, os suecos perderam a desembocadura do Rio Don. Instigada pela Inglaterra, a Suécia voltou à luta em 1703. Perderam novamente. Através da Paz de Nystad, a Rússia incorporou aos seus domínios a Estônia, a Lituânia e parte da Carélia. No ano seguinte, o czar declarou guerra à Pérsia, dominando o Mar Cáspio e tomando posse de Baku, com a qual obteve a abertura necessária para a Ásia Central. Substituindo o patriarca por um colégio (Santo Sínodo).

Sob a estreita vigilância de um procurador-geral de confiança, reformulou as bases da Igreja Ortodoxa, tornando-a subordinada ao estado. Também o ensino foi reformado, com a contratação de técnicos e professores de diversos países, e o envio de aristocratas à Inglaterra, Holanda e Itália para aperfeiçoram a sua formação cultural. Entre os feitos internos, está também a inauguração do primeiro jornal russo. Seguindo a tendência ocidentalizante, incrementou o mercantilismo e, com base no sistema francês de taxação, instituiu o imposto per capita. Em 1720, revolucionou o sistema administrativo e econômico, concedendo monopólios, subvenções e empréstimos sem juros, além de regulamentar e proteger a indústria, através de pesados impostos alfandegários. As necessidades de guerra obrigaram-no a criar uma indústria metalúrgica nos Montes Urais.

Majoritariamente estatal, a empreitada tornou-se preponderante para o desenvolvimento daquela região. O êxito da sua política econômica foi coroado com a exportação de ferro para a Inglaterra e com a criação de 98 manufaturas. No ano de 1703, fundou a cidade de São Petersburgo, a capital do império, que passou mais tarde a se chamar Petrogrado (entre 1924 e 1991 adotou o nome de Leningrado, voltando, com a dissolução da União Soviética, ao nome original). A cidade é, ainda hoje, um dos maiores centros culturais do país. A obra do czar foi violentamente contestada na época por elementos ligados à Igreja Ortodoxa. Estes o acusavam de tomar medidas contrárias à religião, denotando um espírito anticristão. Entretanto, seus esforços foram reconhecidos ao receber os títulos de “pai da pátria”, “o Grande” e “Czar de todas as Rússias”, função que exerceu até a sua morte, em 1725.