pele-suina1Pele Artificial

02/09/2013 — Uma especialista em aproveitamento de resíduos sólidos, com foco nos restos de processamentos em curtumes, desenvolveu uma inusitada pesquisa inusitada para a produção de pele artificial. O material, produzido com base na derme de porcos, tem como objetivo final oferecer uma alternativa barata ao tecido menos ofertado em bancos de órgãos: a pele humana. O trabalho foi realizado pela química Joana D´Arc Félix de Souza com seus alunos do curso técnico em curtimento (beneficiamento de peles de bois e porco para fabricação de couro) da Escola Técnica Estadual (Etec) de Franca.

A região de Franca é polo produtor de calçados e há curtumes por todo lado. A química, que já havia se destacado na cidade por ajudar a encontrar soluções para os resíduos, se voltou para o aproveitamento dos restos dos curtumes que, sem isso, simplesmente seguiriam para aterros. A inspiração para a investigação surpreendente para o seu tipo de experiência surgiu ao ver uma notícia de que estava faltando pele humana para transplantes. Na ocasião, só havia três bancos no país — Porto Alegre, São Paulo e Recife. Há alguns meses, Curitiba também inaugurou o seu. A pele de porco, que tem 78% de semelhança com a humana, já é usada em enxertos temporários em humanos, mas não de modo definitivo porque causa rejeição. A ideia foi tentar eliminar esse impedimento.

Para isso, a derme suína foi utilizada como uma espécie de matriz para criar um modelo mais adequado ao ser humano. A saída foi eliminar todo o material genético suíno, por meio de um processo de purificação da pele, que eliminou gordura, proteínas e as células suínas. Com o material limpo, a etapa seguinte foi preenchê-lo com colágeno de boi, a fim de manter as características estruturais da pele humana. A substância já é normalmente extraída e pode ser comprada para colocação, por exemplo, em cosméticos, a preços que podem chegar a R$ 53,00 o quilo. Amostras do material estão sendo enviadas para análise para a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), que também desenvolve peles artificiais e vai testar a compatibilidade com a humana. Testes clínicos serão realizados após a confirmação (fonte: Estadão).


 

 

 



© 2017 Tio Oda - Todos os direitos reservados