O destaque das páginas amarelas da edição da revista Veja de 08/01/2014 é o advogado Peter Eigen. No início da década de 1990, ele fundou a Transparência Internacional, a principal organização não governamental de combate à corrupção. A instituição elabora um ranking sobre o assunto todos os anos. Esse ranking é tão respeitado que influencia decisões de governos multinacionais. No último deles, recém-divulgado, o Brasil ficou com a septuagésima segunda posição em uma lista de 177 nações.
Segundo os dados, o Brasil piorou a sua situação no ranking: em 2012 estava na sexagésima nona posição. Para o especialista, porém, a variação está dentro da margem de erro da pesquisa, que considera significativa uma variação de mais de quatro posições de um ano para o outro. Ele disse à Veja que “a tentativa de desacreditar os procedimentos do julgamento do mensalão com a afirmação de que as decisões dos juízes foram motivadas politicamente não é correta”. Ele afirmou, ainda, que “o Brasil é uma democracia jovem, de grande diversidade cultural, o que favorece um sistema partidário pluralista”. Em sua visão, entretanto, a maioria dos partidos brasileiros existe apenas como veículos de interesses privados e do clientelismo.
PETER EIGEN nasceu no dia 11 de junho de 1938, na cidade de Augsburg, Alemanha. Tem trabalhado no desenvolvimento econômico dos países por 25 anos, principalmente como gerente de programas do Banco Mundial na África e na América Latina. Com o patrocínio da Fundação Ford, prestou assistência jurídica e técnica para os governos do Botsuana e da Namíbia e foi professor de direito nas universidades de Frankfurt e Georgetown. Em setembro de 2001, juntou-se ao Carnegie Endowment for International Peace como professor visitante, enquanto ensinava na Universidade Johns Hopkins /SAIS.
Passou a integrar também o Conselho do Centro de Direito Internacional Ambiental e, desde 2002, tem sido professor honorário de Ciência Política da Freie Universität de Berlim. Em 2005, presidiu o Grupo de Assessoria Internacional da Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas, tornando-se presidente da entidade em 2006. Em 2000, recebeu o prêmio de Doutor Honoris Causa da Universidade Aberta do Reino Unido e, em 2004, recebeu o Readers Digest Award Europeu do Ano. É membro do Painel de Progresso da África, um grupo de estudiosos que defende níveis mais altos para o desenvolvimento equitativo e sustentável daquele continente. Todos os anos a entidade publica um relatório em que descreve um problema de importância imediata para a região e sugere um conjunto de políticas resolvê-lo.