04 de maio de 2013

A mineira Francisca de Paula de Jesus ou Nhá Chica, que foi beatificada na tarde do dia 04/05/2013 (sábado), na cidade de Baependi, sul de Minas Gerais, entrou numa lista ainda restrita de apenas cinco santos e 80 beatos brasileiros reconhecidos pela Igreja Católica. Desse total, 37 nasceram no país e 48 são estrangeiros que viveram aqui. Cerca de 60 outros candidatos estão em processo de beatificação e canonização, com boa chance de merecer em breve a veneração dos fiéis nos altares. O único brasileiro nato canonizado é Frei Antônio de Sant’ Anna Galvão, paulista de Guaratinguetá, proclamado santo por Bento XVI no Campo de Marte, em 2007.

O processo de beatificação de Nhá Chica correu relativamente rápido. Começou em janeiro de 1992, dois anos após o então bispo de Campanha (MG), Aloísio Oppermann, haver submetido a causa à apreciação  do episcopado brasileiro. Desde 1952, vinha sendo feita uma campanha popular para que Nhá Chica fosse considerada santa. Em janeiro de 2011, Bento XVI aprovou o decreto da Congregação para as Causas dos Santos sobre as virtudes heroicas e ela recebeu o título de venerável. Em outubro do mesmo ano, foi reconhecida como milagre para a beatificação a cura da professora Ana Lúcia Meirelles Leite, que tinha um defeito congênito no coração. Marcada para 11 de maio, a cerimônia foi antecipada para este sábado.

Aos 67 anos, a professora beneficiada pelo milagre obtido pela nova beata mora na cidade de Caxambu, a seis quilômetros de Baependi, onde será realizada a cerimônia. Ela foi vítima de isquemia cerebral em 18 de junho de 1995, quando estava passando um pano no chão da casa e, de repente, ficou cega. Foi tateando para o quarto, deitou-se na cama e mandou chamar o marido. Quando conseguiu se levantar, percebeu que estava enxergando e logo atribuiu a melhora a Nhá Chica, a quem tinha recorrido. Nhá Chica era, fazia tempo, a santa de sua devoção, bem antes de se falar em beatificação. Com a cerimônia deste sábado, prosseguirá o processo para a busca da canonização. A cerimônia de beatificação foi presidida pelo cardeal Ângelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Estiveram presentes cerca de 30 mil pessoas.