24 de maio de 2012
Após repercussão negativa nas redes sociais e ação de autoridades, a Rede Bandeirantes anunciou que pretende demitir a repórter Mirella Cunha, do programa Brasil Urgente Bahia. O vídeo de uma reportagem feita pela repórter, dias atrás, com um rapaz suspeito de crime sexual, causou indignação geral. Durante a matéria “Chororô na delegacia: acusado de estupro alega inocência”, feita dentro da 12.ª Delegacia de Itapoã, em Salvador (BA), a jornalista acusa o jovem de ter tentado estuprar uma pessoa e faz piadas com o fato de o detido ter confundido exame de corpo delito com exame de próstata, além de debochar dos erros de português do acusado.
O vídeo da reportagem com os deboches caiu internet e já foi muito acessado. A coordenação do Núcleo Criminal do Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) apresentou na quarta-feira (23/05/2012) representação pedindo a adoção de medidas cabíveis contra a repórter da Bandeirantes. O órgão pretende apurar se houve violação dos direitos constitucionais do entrevistado. A Folha de S. Paulo apurou que a rede de tv suspendeu a funcionária por tempo indeterminado e pretende demiti-la. O mesmo deverá ocorrer com outros eventuais responsáveis pela reportagem ter sido levada ao ar na afiliada baiana da emissora. A Rede Bandeirantes disse repudiar a atitude da jornalista.
COMENTÁRIO: Acessei o vídeo no You Tube. Por achar que o material é de um mau gosto medonho, recuso-me a colocá-lo aqui. Agora, a culpa não é só da repórter. No âmbito da própria emissora, o maior culpado é o comandante do programa, secundado pelo editor que fez a pauta e o responsável que colocou a estrovenga no ar. Por outro lado, o Ministério Público deveria abrir um processo contra o delegado que autorizou a realização da matéria. Colocar o acusado, algemado, sem a mínima condição de concatenação de ideias em frente a uma câmera de televisão, é, sem dúvida, atentar contra os direitos constitucionais dele.