xuxa lucinha-linsXuxa e Lucinha

Por Walter Clark

01/09/1986 — A sensualidade foi uma das melhores descobertas da televisão em 1986. Bruna Lombardi, em “Memórias de Um Gigolô”, veio somar mais alguns pontos ao espaço conquista pela Maitê Proença como a irrestível Dona Beija. Agora, a presença bonita e envolvente da mulher ganha outros horários da televisão. Os da manhã! a pioneira foi a Xuxa, na Rede Manchete. A Globo foi lá e trouxe a exuberância, a alegria e esponateidade dela para a sua programação infantil. A Manchete rebate e vem com a bailarina, cantora, atriz e modelo Lucinha Lins, em “Lupu Limpim Clapta Topô”.

O arsenal de recursos da TV Globo trouxe para a Xuxa a audiência que ela não havia conseguido na Manchete. A Xuxa é essa mulher linda, transparente, verdadeira, que alguns pedagogos, em momentos de muito mau humor (ou talvez pelo simples desinteresse em mulher bonita), acharam de pouca competência para lidar com o público infantil. Chegou-se a afirmar que ela, além de não saber a linguagem das crianças, batia nos garotos! Como se as crianças não fossem um dos públicos mais exigentes! Afinal, “pobres sempre tereis entre vós”, já dizia Jesus Cristo. Agora, as crianças têm o contraponto da estrela Lucinha, mãe exemplar, carinhosa com seus filhos, e acompanhada no vídeo pelo marido Cláudio Tovar, um ótimo bailarino.

Lucinha foi se abrindo aos poucos na carreira, tendo um aprendizado que poucas atrizes pode apresentar: sabe cantar, dançar e fez enorme sucesso com o musical infantil. Na maior novela da tevê brasileira, “Roque Santeiro”, soube defender honestamente o papel da neurótica filha do prefeito Florindo Abelha. Quem ganha com isso? Ganham, em primeiro lugar, as crianças, que ficarão satisfeitas com a Lucinha e o Cláudio, sem perder a graça da Xuxa. E ganhamos todos, os pais descasados ou, enfim, nós, não tão crianças, pois, quando houver tempo durante as manhãs, podemos dar uma olhada no vídeo para ver essas mulheres lindas. Afinal, sensualidade, como prova a turma do Mário Escobar de Andrade, é uma das bobas razões da vida.

Artigo escrito para a Playboy de setembro de 1986.


 

 



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