TOBIAS BARRETO DE MENEZES nasceu no dia 7 de junho de 1839, na cidade de Campos do Rio Real, Sergipe. Morreu no dia 26 de junho de 1889, na cidade do Recife, Pernambuco.
Além de poeta, era ensaísta e jornalista. Aos treze anos já ensinava latim em Itabaiana, na Bahia. Em 1860, disposto a seguir carreira eclesiástica, mudou-se para Salvador-BA. Mas foi expulso do seminário por indisciplina e boêmia. Matriculou-se depois na Faculdade de Direito do Recife, diplomando-se em 1869. Ainda estudante, tornou-se uma das maiores personalidades do mundo intelectual brasileiro, influenciando e mantendo polêmicas de repercussão, sobretudo com Castro Alves. Tornava-se assim um dos fundadores da Escola do Recife, movimento que abrangeu quase todos os setores artísticos e culturais.
Embora se baseasse na filosofia alemã (principalmente na neokantiana) e a divulgasse no Brasil, a Escola do Recife não se filiou diretamente a nenhuma corrente já instituída. Ele se destacou no setor educacional, lecionando em diversas cadeiras da Faculdade do Recife, além de ter fundado um colégio. Na política, foi deputado provincial de 1879 a 1880. Exerceu também a advocacia e o jornalismo. Na cidade de Escada-SE, publicou o periódico Deutscher Kampfer (O Lutador Alemão). Deixou uma obra volumosa e variada, que inclui: Ensaios e Estudos de Filosofia e Crítica (1875), Discurso Em Mangas de Camisa (1879), Traços Sobre a Vida Religiosa do Brasil (1881), Estudos Alemães (1883), Menores e Loucos em Direito Criminal (1884), Questões Vigentes de Filosofia e Direito (1880), etc. Dias e Noites, de 1881, é seu único livro de versos.
A Escravidão
Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama a escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.
Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Em seu delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus!...