THOMAS HOBBES nasceu no dia 05 de abril de 1588, na cidade de Malmesbury, Condado de Wilt, Inglaterra. Morreu no dia 04 de dezembro de 1679, na cidade de Hardwick Hall. O pai, um vigário inculto e violento, tinha tantos atritos com ele que fez um dos tios a se encarregar da sua educação. Com esse tio, estudou os clássicos. Com apenas catorze anos, traduziu a obra “Medeia”, do grego Eurípedes. Com quinze anos, ingressou na Universidade de Oxford, onde aprendeu escolástica e filosofia. Formado, tornou-se, como a maioria dos homens cultos da época, preceptor de jovens nobres.
Com o Lorde Hardwick, um dos seus alunos, fez longa viagem pela França e pela Itália. Em 1637, voltou à Inglaterra. Mas, por causa da ebulição política entre os puritanos e os presbiterianos, voltou ao exílio voluntário. Nos próximos onze anos, ensinou matemática ao futuro rei da Inglaterra, Carlos II. Paralelamente, dedicou grande parte do tempo à redação da sua obra máxima, “Leviatã”. A publicação do livro na França desagradou profundamente a Igreja Católica. Voltou, então, para sua pátria. Em 1660, com a restauração, sua situação melhorou. Passou a receber uma pensão do rei Carlos II, o que lhe possibilitou intensa atividade intelectual.
Mesmo com o apoio do rei, absorveu a ira da Câmara dos Comuns. Os deputados aprovaram uma comissão para investigar os seus escritos, ditos “ateus”. Por essa razão, dedicou-se, nos últimos anos de vida, à versão para o latim das epopeias “Ilíada” e “Odisseia”, do poeta grego Homero. O sistema filosófico concebido por ele compunha-se de três partes. Na primeira, tratou dos corpos materiais do mundo, que incluía os estudos de mecânica e geometria. Na segunda, estudou fisiologia e psicologia. Na terceira parte, investigou o mais complexo de todos os corpos, o corpo “artificial”, também denominado “sociedade” ou “Estado”. Essa incursão fez dele uma referência para o pensamento ocidental. Ele concebeu a política como uma ciência que precisa ser fundamentada em noções exatas.
Leviatã
O título da maior obra do Thomas Hobbes reporta-se a um monstro marinho citado na Bíblia. Mas, no frontispício da primeira edição, o leviatã é representado por um gigante coroado. O corpo da figura está formado por milhares de homenzinhos. Com a mão direita, o gigante segura uma espada sobre um campo e uma cidade. Essa espada simboliza o poder temporal. Na mão esquerda, ostenta um báculo episcopal, símbolo do poder espiritual. No decorrer do livro, é construída uma estrutura da gênese do poder, pelo qual o homem ansiaria durante toda a vida. Ainda que a teoria sobre a origem e a manutenção do poder justificassem o absolutismo, no “Leviatã”, o filósofo também explicita as condições para a dissolução de um Estado. Essa dissolução aconteceria quando desaparecesse a “autoridade absoluta”.