SOFIA FREDERICA AUGUSTA nasceu no dia dois de maio de 1729, na cidade de Estetino, norte da Polônia, então sob posse da Prússia (Alemanha). Morreu no dia 17 de novembro de 1796, na cidade de São Petersburgo, Rússia. Com menos de quinze anos, foi levada para a corte de São Peterburgo, a fim de se casar com Pedro, sobrinho e herdeiro da imperatriz Elizabeth.
Mesmo antes da morte da imperatriz, separou-se do marido. Em reclusão, passou a estudar os filósofos franceses, especialmente o Voltaire, o Barão de Montesquieu e o Jean-Jacques Rousseau. Quando, em 1762, o ex-marido subiu ao trono, resolveu, com o apoio da marinha russa, dar um golpe de estado. No dia 28 de junho de 1762, foi proclamada imperatriz, com o nome de Catarina II.
Conseguiu, em seguida, fazer-se aceitar pela opinião pública, devido à política liberal que promoveu e ao ódio que os russos devotavam ao Pedro III. Passou a defender também a monarquia absoluta. Fortemente atraída pelas novas ideias políticas em voga na Europa, passou a fazer reformas sociais e de modernização da administração do país. Contudo, não sacrificou um mínimo no poder despótico. Começou por instituir uma educação pública, orientada pelo francês Denis Diderot. Por causa disso, também enfrentou a oposição dos nobres.
Durante o reinado, a Catarina II tomou gosto pelas discussões intelectuais. Entidades particulares foram autorizadas a instalar editoras de livros. Ela mesma fundou uma revista, na qual colaborava regularmente. Incentivou o teatro e a literatura, permitindo edições com traduções estrangeiras. Nascia também uma literatura russa. No campo da política externa, empreendeu, em 1768, uma guerra contra os turcos e os austríacos com a finalidade de ampliar o território da Rússia. Em 1787, aliou-se à Áustria para combater a Prússia e, novamente, a Turquia.
Essas campanhas estenderam o território russo até as praias do Mar Negro, à Crimeia e ao Cáucaso. Paralelamente, forçava a barra para conquistar a Polônia. A primeira fatia veio em 1772. A seguir, anexou outras parcelas até a absorção total em 1795. Em seu longo reinado, a Catarina II fixou firmemente o regime social e político que seus predecessores prepararam. Reforçou os privilégios da nobreza, assentados na servidão do camponês. Estabeleceu a organização corporativa das classes sociais, outorgando-lhes a livre gestão dos seus interesses de classe e uma certa participação na administração de suas localidades.
Fez da nobreza a classe dominante, tanto no setor econômico como na vida pública.Todavia, organizou a administração representativa autônoma das classes, de maneira a fazê-la auxiliares do poder e do absolutismo. Evitou tudo o que pudesse servir de ponto de partida a um desenvolvimento dos direitos políticos da sociedade. É no cenário do “despotismo esclarecido” que a história registra o seu império. Seus últimos anos foram perturbados por desacordos com o futuro imperador Paulo I, filho que tivera com o seu primeiro amante, Serge Saltikov. Governou a Rússia trinta e quatro anos (1762 a 1796).