PTB
O PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO foi fundado no dia 15 de maio de 1945, na cidade do Rio de Janeiro, por influência de Getúlio Vargas.
Sua base eleitoral era o operariado urbano, com forte ligação com os sindicatos. Ideologicamente, suas raízes são o castilhismo gaúcho, o positivismo, traços de social-democracia e o pensamento de Alberto Pasqualini, seu maior ideólogo. Entre 1945 e 1964, foi o partido que mais cresceu, tanto em número de votos, quanto em número de filiados: em 1946, tinha 22 deputados federais; em 1964 já contava com 104. Isto refletiu a crescente urbanização e industrialização que o Brasil experimentou naqueles anos. Era, dentre os grandes partidos de então, o mais à esquerda, e era constantemente acusado pelos opositores de ter políticas comunistas.
O programa partidário pregava diversas reformas, como a urbana, a agrária e a educativa, e tinha ênfase no crescimento econômico, desenvolvimento industrial, nacionalização de recursos e na educação. Estava incluído no contexto populista que dominou a prática política a partir do Estado Novo em diante. Era extremamente forte eleitoralmente quando coligado ao Partido Social Democrático (PSD), também criado por simpatizantes de Getúlio. Esta coligação tinha como principal adversário a União Democrática Nacional (UDN), partido de direita, conservador. Apoiou o PSD nas eleições de 1945, quando foi eleito Eurico Gaspar Dutra. Em 1950, teve candidato próprio (Getúlio Vargas), enquanto o PSD lançava Cristiano Machado. Vargas foi eleito.
Nas eleições de 1955, a coligação voltou a funcionar com o pessedista Juscelino Kubitschek e o trabalhista João Goulart. Jango, eleito vice-presidente, fez mais votos do que JK. Jango seria reeleito vice-presidente em 1960, tendo Jânio Quadros, do PDC, como presidente, apoiado pela UDN, infringido a única derrota da coligação PSD/PTB em eleições presidenciais no primeiro período democrático brasileiro. O candidato do PSD era o marechal Henrique Teixeira Lott. Em 1961, Jânio renunciou e o trabalhista João Goulart assumiu a presidência. Com a implantação do regime militar em 1964, começou a derrocada dos políticos trabalhistas.
O regime militar, em 1965, através do Ato Institucional n.º 2, extinguiu todos os partidos políticos até então existentes, incluindo o PTB, cujo último presidente fora Getúlio Vargas, e implantou um artificial bipartidarismo na cena política brasileira. A quase totalidade dos petebistas que não haviam sido cassados ou haviam se exilado migrou então para o recém criado Movimento Democrático Brasileiro. O bipartidarismo durou até 1979. Neste ano, o presidente João Figueiredo, dentro do processo de abertura política, restaurou o pluripartidarismo.
Após a anistia, diversos trabalhistas históricos voltaram do exílio, de onde vinham organizando a reestruturação do partido, principalmente sob a liderança de Leonel Brizola. Houve então uma acirrada disputa pelo nome, pela sigla e pela legenda do partido, entre o grupo de Brizola e o grupo liderado pela ex-deputada Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio, e antiga presidente do PTB paulista. Tendo o Tribunal Superior Eleitoral dado ganho de causa ao grupo de Ivete, o grupo de Brizola fundou então o Partido Democrático Trabalhista (PDT). O registro provisório do novo PTB junto ao TSE ocorreu em 1980.
Nas eleições de 1982, o partido elegeu treze deputados federais: cinco no Rio de Janeiro e oito em São Paulo. Na Assembleia Nacional Constituinte, o partido foi liderado pelo deputado federal Gastone Righi, janista de São Paulo. De 1986 a 1991, foi presidido pelo ex-deputado Luiz Gonzaga de Paiva Muniz, do Rio de Janeiro, e,após, pelo senador paranaense José Carlos Martinez, sucedido pelo deputado fluminense Roberto Jefferson, apos seu falecimento. Seu número junto à Justiça Eleitoral é 14 e seu registro permanente data de 3 de novembro de 1981. O partido conta com três representantes no Senado Federal: Epitácio Cafeteira (Maranhão), João Vicente Claudino (Piauí) e Mozarildo Cavalcanti (Roraima).
Segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PTB alcançou, no primeiro turno das eleições de 2012, um número de 295 prefeituras e 3.572 vereadores. Entre as cidades administradas pelo partido, destacam-se: Itumbiara-GO, Varginha-MG, Garanhuns-PE, Batatais-SP, Presidente Prudente-SP, Rifaina-SP e São José da Bela Vista–SP. No Estado de São Paulo, o partido conta com quatro deputados estaduais: Campos Machado, Conte Lopes, Edson Ferrarini e Waldir Agnello. Ainda segundo o TSE, o partido possui o total de 1.180.483 filiados em todos os estados da federação. Esta quantidade de petebistas faz dele o sexto maior partido político em filiações, de um total de 29 agremiações registradas na Justiça Eleitoral. Em 2016, o relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados foi o goiano Jovair Arantes.