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LEONEL DE MOURA BRIZOLA nasceu no dia 22 de janeiro de 1922, na cidade de Carazinho, Rio Grande do Sul. Morreu no dia 21 de junho de 2004, na cidade do Rio de Janeiro.

De família pobre, trabalhou como engraxate e ascensorista. Formou-se em Engenharia em 1949. No ano seguinte, casou-se com Neuza Goulart, irmã de João Goulart, futuro Presidente da República. Seu padrinho foi o então presidente Getúlio Vargas. Filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), candidatou-se e se elegeu deputado federal em 1954. Em 1955, elegeu-se prefeito de Porto Alegre e, em 1958, tornou-se governador do Rio Grande do Sul. Como governador, estatizou as empresas multinacionais Bond and Share e ITT. Criou também o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária, com o qual iniciou a entrega de terras a pequenos agricultores.

Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, chefiou a campanha cívica para exigir a posse do então vice-presidente João Goulart, contestada pelos militares. A alternativa a essa oposição militar foi a adoção do sistema parlamentarista, com João Goulart na Presidência da República e Tancredo Neves como primeiro ministro. Terminado o mandato como governador, voltou à Câmara Federal como o deputado mais votado do país. Com o golpe militar de 1964, queria a luta armada, que não foi aceita pelo presidente João Goulart. Cassado, exilou-se no Uruguai, de onde foi expulso em 1977.

leonel-brizola in2Mudou-se, então, para os Estados Unidos e, depois, para Portugal. Com a Lei da Anistia, regressou ao Brasil em 1979, voltando a ter destaque como líder oposicionista. Tentou reorganizar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas perdeu a sigla numa disputa com a filha de Getúlio Vargas, Ivete Vargas, na Justiça Eleitoral. Fundou, então, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo qual se elegeu governador do Rio de Janeiro em 1982 e 1990. Como governador fluminense, seus principais feitos foram: criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPS); construção da Passarela do Samba Darcy Ribeiro, conhecida como Sambódromo; construção da Via Expressa Presidente João Goulart, conhecida como Linha Vermelha; e criação da Universidade Estadual do Norte Fluminense.

Depois de deixar o governo do Rio de Janeiro, tentou ascender à Presidência da República em 1989 e 1994, sendo derrotado, respectivamente, por Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, já com o prestígio político abalado, foi candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Luís Inácio Lula da Silva, sendo outra vez derrotado por Fernando Henrique Cardoso. A partir daí, o ostracismo político a que foi relegado foi preponderante para que sua saúde ficasse abalada, vindo a morrer em 2004 com 82 anos de idade.

Notas e curiosidades

➧ Leonel Brizola também teve seus momentos de galã. Participou como ele mesmo dos documentários O Evangelho Segundo Teotônio, em 1984, sobre a vida do senador Teotônio Viela;  Beyond Citizen Kane, em 1993, feito para a TV inglesa pelo diretor Simon Hartog; e O Velho — A História de Luiz Carlos Prestes, em 1997, produção assinada pelo cineasta Toni Venturi.

➧ Em 1991, Leonel Brizola era o político mais admirado do Brasil, segundo pesquisa feita pelo Ibope em nove regiões metropolitanas. Com 20%, ficou à frente de Lula (19%), Paulo Maluf (10%), Mário Covas (8%), Orestes Quércia (6%) e Fernando Collor (6%). Ele foi ajudado, segundo o Ibope, pelos grandes índices alcançados nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (59%) e do Rio de Janeiro (39%).

➧ A união das esquerdas, com Brizola e Miguel Arraes à frente, não foi o bastante para garantir a vitória de Lula na eleição presidencial de 1998. A aliança de então serviu para injetar ânimo no candidato do PT, que ameaçara “jogar a toalha”, escaldado pelas duas derrotas sofridas anteriormente. Leonel Brizola foi o fiador da aliança, candidatando-se a vice-presidente na chapa lulista.

➧ Em 2000, para tirar o desafeto Anthony Garotinho das eleições, Brizola lançou-se candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Mesmo tendo sido governador do Rio de Janeiro por dois mandatos, amargou o quarto lugar. Com apenas 9,1% dos votos, ficou atrás de Benedita da Silva (PT), 22,6%, César Maia (PTB), 23%, e de Luiz Paulo Conde (PFL), 34,7%.

➧ Em 2007, o governo norte-americano divulgou os arquivos com detalhes das operações da Central de Inteligência (CIA) no Brasil no período de 1959 a 1973. De acordo com esses relatórios, Brizola se tornara “o principal demagogo antiamericano no Brasil”.

➧ Brizola era considerado um dos melhores frasitas da política brasileira. Entre as suas “pérolas”: “O PT é como uma galinha que cacareja para a esquerda, mas põe ovos para a direita”.

 

 



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