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05/09/2018 — O romance “Migo”, do mineiro Darcy Ribeiro, foi publicado em julho de 1988.  Publicado pela editora Guanabara, é uma antimemória recheada de mineirices e erotismo. A trama mistura reminiscências de amores vividos, de fuxicos sobre amigos e inimigos e de comentários atrevidos e bem-humorados sobre o Brasil. Segundo o próprio autor, “é uma autobiografia inventada, um romance confessional, no qual me mostro e me escondo”. O livro foi publicado na Alemanha em 1994. Na área da ficção, representou a quarta obra do autor. Antes, tinha publicado os romances “Maíra” (1976), “O Mulo” (1981) e “Utopia Selvagem” (1982).

20180905aDarcy Ribeiro
Nasceu no dia 26 de outubro de 1922, na cidade de Montes Claros, Minas Gerais. Morreu no dia 17 de fevereiro de 1997, na cidade de Brasília. Formou-se em 1946, na Escola de Sociologia e Política da Universidade de São Paulo. No ano seguinte, como etnólogo do Serviço de Proteção ao Índio, passou períodos com várias tribos na região do Mato Grosso. Publicou os livros “Religião e Mitologia Kadiwel” (1950), “Línguas e Culturas Indígenas do Brasil” (1957), “Arte Plumária dos Índios Kaapor” (1957) e “A Políticca Indigenista Brasileira” (1962).

Com a ascensão do João Goulart à presidência da República, foi chefe da Casa Civil entre 1963 e 1964. A implantação do regime militar, em 31 de março de 1964, o obrigou a fugiu para o Uruguai, onde viveu por quatro anos. Voltou para o Brasil em 1974, passando a participar da política no Rio de Janeiro. Em 1982, foi eleito vice-governador do estado fluminense, na chapa liderada pelo gaúcho Leonel Brizola. Em 1986, concorreu ao governo do estado, mas foi derrotado pelo Moreira Franco. Teve, entretanto, votação expressiva: 2.217.177 votos, representando 35,9% do total de votantes. Nas eleições seguintes, em 1990, elegeu-se senador. É um dos fundadores da Universidade Federal de Brasília. Em 2000, por ocasião das comemorações dos 500 anos do Brasil, foi colocado na lista das quinhentas personalidades mais importantes do país em todos os tempos.

20180904aDepoimento Histórico
Eu sou atípico. O Partido Comunista não me quis porque me achava um militante muito agitado. A Força Expedicionária Brasileira não me aceitou porque os médicos acharam que eu era muito raquítico para ser sargento. Em me entendi com o Marechal Rondon e passei dez anos com os índios. Dali fui ser ministro da Educação, criei a Universidade Federal de Brasília, fui chefe da Casa Civil do Jango, tentei fazer a reforma de base e caí no exílio. E foi no exílio que escrevi uma larga obra. Nunca gostei de ser político por razões éticas. Mas num país com o intestino à mostra, como o Brasil, o intelectual tem obrigação de tomar posição. Mas, se tiver de dizer do que eu gostei na vida, eu digo que eu gostei mais foi de namorar” (Almanaque Abril).


 

 



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