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& morte

14/02/2021 — Carlos Menem, ex-presidente da Argentina e atual senador pela província de La Rioja, morreu nesta data aos noventa anos. Ativo na política quase até o fim da vida, o político chegou a participar das primeiras reuniões virtuais do Senado Federal argentino durante a pandemia do coronavírus. Uma grave pneumonia diagnosticada em  junho, piorada por problemas de diabetes, afetou seriamente a saúde dele nas últimas semanas. Esteve internado primeiro no Instituto Argentino de Diagnóstico. Depois, foi transferido para o Sanatório Los Arcos em Buenos Aires para fazer um check-up de próstata. Uma infecção urinária que complicou seus problemas cardíacos.

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Menem
CARLOS SAUL MENEM AKIL nasceu no dia dois de julho de 1930 na cidade de Anillaco, Província de La Rioja, Argentina. Morreu no dia 14 de fevereiro de 2021 na cidade de Buenos Aires. Foi a pessoa que mais tempo comandou o país de forma ininterrupta. Presidiu a nação argentina entre 1989 e 1999. Realizou uma política de privatização e de forte abertura às importações. Isso o distanciou da doutrina estatista e industrial histórica da força política que integrava, o peronismo do Partido Justicialista.

A visão privatizante e liberal fez dele uma figura querida para o Fundo Monetário Internacional e para o Fórum Econômico Mundial de DavosFormado em direito, Menem governou a província natal, La Rioja, em três ocasiões entre 1973 e 1976, 1983 a 1986 e 1987 a 1989. Eleito presidente em 1989, promoveu a reforma da Constituição Federal em 1994. Essa reforma introduziu a reeleição presidencial imediata, além de abolir a obrigatoriedade de professar a religião católica para quem exercesse a presidência argentina. Também perdoou os maiores responsáveis pela última ditadura (1976-1983) que haviam sido processados, bem como membros de organizações guerrilheiras. Esteve em prisão domiciliar preventiva em 2001 por um julgamento por contrabando de armas para a Croácia e Equador.

Foi libertado semanas depois por decisão da Suprema Corte de JustiçaPosteriormente, conseguiu a absolvição por prescrição, num caso que durou 25 anos. Foi o único presidente latino-americano a aderir à aliança ocidental para participar da Guerra do Golfo (1990-91), com o despacho de dois navios. Concorreu à presidência novamente em 2003 e venceu o primeiro turno com 24% dos votos, contra 22% do peronista Néstor Kirchner. No entanto, recusou-se a participar do segundo turno por perceber o risco de uma avalanche de votos para o rival. Em 2019, foi condenado a três anos e nove meses de prisão por fraude na venda de um imóvel na década de 1990. Segundo a Suprema Corte, ele teria desviado recursos públicos na transação comercial. Para ser preso, no entanto, deveria ser também condenado também no Senado Federal, o que não ocorreu.


 

 

 



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