c-becker1Cacilda Becker, a iluminada

Cacilda Becker Iáconis nasceu no dia 6 de abril de 1921, na cidade de Pirassununga, São Paulo. Morreu no dia 14 de junho de 1969, na cidade de São Paulo, vítima de derrame cerebral.

Filha de imigrantes italianos, tinha apenas nove anos quando seus pais romperam o casamento e sua mãe se viu obrigada a criar sozinha as três filhas. Por esse motivo, fixaram-se na cidade de Santos, onde ela, ainda jovem, frequentou os círculos boêmios e mais vanguardistas, já que por ser filha de pais pobres e separados não podia estabelecer amizade com pessoas da alta sociedade. Desde cedo se interessou pelo teatro. Sua primeira atuação de importância se deu em 1940, no Teatro do Estudante, no Rio de Janeiro, como papel de Gertrude, na peça “Hamlet”, de William Shakespeare.

c-becker2No ano seguinte foi contratada por Raul Roulien para pequenos papéis e excursões pelo interior de São Paulo. Em 1947, a convite de Alfredo de Mesquita, passou a lecionar na recém-formada Escola de Arte Dramática de São Paulo. Com a fundação do Teatro Brasileiro de Comédia em 1948, integrou o elenco como figura principal. Estreou naquela companhia com a peça “Seis Personagens à Procura de Um Autor”, do italiano Luigi Pirandello. Em 1958, fundou a sua própria companhia. A primeira peça montada foi “O Santo e a Porca”, do paraibano Ariano Suassuna. Vieram muitos outros clássicos, com destaque para “Os Rinocerontes”, de Ionesco, “A Noite do Iguana, de Tennessee Williams, e “Quem Tem Medo de Virginia Woolf”, de Edward Albee.

Em 1960, participou do Festival das Nações, em Paris, França, com a peça “Pega Fogo”, de Julien Renard. Ela representou esse espetáculo também em Lisboa, Portugal, e Montevidéu, Uruguai. Diretora da Comissão Estadual de Teatro de São Paulo no período do regime militar, colocou-se contra a censura. Em trinta anos de carreira, encenou 68 peças, fez dois filmes (“Luz dos Seus Olhos” em 1947 e “Floradas na Serra”, em 1954) e uma telenovela (“Ciúmes”, em 1966), na TV Tupi, além de outras participações em teleteatros. Foi ela quem inaugurou o Teatro Municipal de São Carlos, com a peça “Esperando Godot”, em 1969. Foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretada por Camila Morgado na minissérie “Um Só Coração” (2004) e Ada Chaseliov no filme “Brasília 18%” (2006).


 

 



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