Cândido
CÂNDIDO — OU O OTIMISMO saiu originariamente em janeiro de 1759 e logo recebeu o aplauso da crítica especializada e o apreço do público francês. O texto teve a influência de várias catástrofes ocorridas na época, particularmente o terremoto na cidade de Lisboa, capital de Portugal, a sangrenta Guerra dos Sete Anos nos estados alemães e a execução injusta do almirante inglês John Byng. Essa narrativa filosófica costuma ser aclamada como um texto paradigmático do Iluminismo. Mas também é um ataque irônico às crenças iluministas otimistas. A crítica do autor visa ao princípio da razão do filósofo Gottfried Wilhelm Leibniz. O alemão sustenta que nada pode existir sem uma razão de ser.
A consequência desse princípio é a crença de que o mundo real deve ser o melhor mundo possível. No início do romance, o herói Cândido apresenta-se como um jovem educado na filosofia otimista do seu preceptor Pangloss. Mas de repente ele se vê expulso do magnífico castelo em que foi criado. O restante do texto detalha os diversos infortúnios e desastres com que o personagem e seus companheiros se deparam nas viagens que empreendem. Esses desastres incluem guerras, estupros, roubos, terremotos, canibalismo, etc. À medida que essas experiências vão minando o otimismo do Cândido, o autor ridiculariza cruelmente a ciência, a filosofia, a religião, o governo e até a literatura. É uma sátira cômica dos males sociais da época.
Voltaire
FRANÇOIS-MARIE AROUET nasceu no dia 21 de novembro de 1694 e morreu no dia trinta de maio de 1778 na cidade de Paris, capital da França. Filho da baixa nobreza, decidiu que queria seguir a carreira de escritor assim que se formou no segundo grau. Começou escrevendo poesias. Mais tarde evoluiu para ensaios e estudos históricos.
O primeiro sucesso de público foi o “Dicionário Filosófico”, obra lançada em 1752. Entre obras não ficcionais estão biografias de diversos vultos históricos, com destaque para a “A Era do Luís XV”, obra publicada entre 1746 e 1752, que versa sobre a vida do famoso rei. No total na carreira são sete obras históricas, dezoito obras de não-ficção, vinte e uma peças teatrais e vinte e sete romances.