LEONID NIKOLAIEVITCH ANDREIEV nasceu no dia 9 de agosto de 1871, na cidade de Orel, Rússia. Morreu no dia 12 de setembro de 1919, na cidade de Kuokkala, Finlândia. Em 1891, deixou sua cidadezinha e foi estudar na Universidade de São Petersburgo. Mas uma decepção amorosa o levou à tentativa de suicídio. A consequência foi a interrupção do curso. Passou um período dramático de convalescença. Após, ingressou na Faculdade de Direito de Moscou. Em 1898, publicou algumas novelas num jornal da capital russa. Essas novelas chamaram a atenção do escritor Máximo Górki. que passou a dar apoio e orientação ao autor que nascia.
Embora não participasse da atividade política de seu mentor, esteve ligado a ele até por volta de 1905. A partir desta época, passou a se dedicar ao teatro. Escreveu, entre outras, a peça Uma Vida de Homem. Com apenas 48 anos, não resistiu à turbulência mental porque passava: desta vez, em 1919, o suicídio consumou-se, quando estava exilado na Finlândia. Sua obra literária é povoada de infelizes personagens que inspiram compaixão. Ele nunca conseguiu se livrar das traumatizantes experiências de seu passado, e transmitia em seus textos imagens de tragédia e amargura através de seus vencidos personagens, com um estilo revoltado, impetuoso e torturantemente pessoal. Em geral, seus trabalhos refletem a vida sombria e atormentada dos que já perderam todas as esperanças e ilusões.
Até mesmo o humor com o qual tenta impregnar alguns textos tende a soar irônico e sombrio. Sempre tenta chamar a atenção do leitor para o lado mais trágico e cruel da vida, fustigando o egoísmo, a impiedade, a covardia e a brutalidade humanas. Colocado entre os grandes escritores pessimistas, o autor desce ao âmago das misérias que o rodeiam, não hesitando nem mesmo diante do mórbido, e expondo tudo com uma crueza quase selvagem. A dúvida sempre o atormenta. Por isso mesmo, da sua numerosa bagagem literária (contos, novelas, romances, dramas e comédias), poucos trabalhos refletem tão nitidamente a sua personalidade quanto A Conversão do Diabo, uma das obras primas do conto universal, que trata com graça, sensibilidade e um amargo e irônico humor o completo fracasso das pretensões diante das contingências da vida. No Brasil, nos últimos anos, foram publicadas algumas obras do autor, que ainda não foi totalmente descoberto pelas editoras. Em 1965, a Editora Dom Quixote publicou a peça O Pensamento. Em 1987, a Editora Rocco publicou a obra Os Sete Enforcados. Finalmente, em 2004, a Editora Claridade publicou o livro de contos Judas Scariotes e Outras Histórias.