Tchekhov Na Ilha-Presídio
24/08/2018 — A Editora Todavia mandou para as livrarias a obra “A Ilha de Sacalina”, do russo Anton Tchekhov. De acordo com a sinopse, um jovem médico empreende uma viagem até os confins da Rússia para documentar as terríveis condições de vida dos condenados a trabalhos forçados numa ilha-presídio. Uma jornada extenuante e quase fatal que o fez regressar com um dos textos mais impressionantes da literatura de não ficção em todos os tempos. O livro é a denúncia de um lugar onde pessoas eram descartadas, o relato de um inferno, cercado de água, frio e desumanidade por todos os lados. Inédito no Brasil, o ensaio é uma contundente denúncia do sistema prisional russo do Século XIX , considerado pela crítica um grande feito literário. O livro tem 368 páginas e preço sugerido de R$ 69,90.
Anton Tchekhov
ANTON PAVLOVICH TCHEKHOV nasceu no dia 17 de janeiro de 1860, na cidade de Taganrov, Estado de Rostov, Rússia. Morreu no dia 15 de julho de 1904, na cidade de Badenweile, Alemanha. O pai, dono de um armazém, acabou falindo. Para fugir dos credores, a família se mudou para a cidade de Moscou. Estava com dezenove anos e o sustento da casa passou a ser, em parte, sua responsabilidade. Conseguia algum dinheiro escrevendo contos, publicados em revistas populares de São Petersburgo. Graças a uma bolsa de estudos, dada pela prefeitura da cidade natal, pôde concluir, na faculdade, o curso de Medicina. Durante a primeira viagem a São Petersburgo, em 1885, recebeu uma espécie de consagração nos meios literários locais.
Decidiu, assim, se dedicar inteiramente à literatura. Na época, espalhara-se por todo o país a má fama de uma ilha-presídio, situada na costa oriental da Rússia. Decidido, empreendeu uma viagem de onze mil quilômetros até o local, para realizar um estudo do miserável dia-a-dia dos condenados. O ensaio-reportagem foi publicado com o título de “A Ilha de Sacalina”. Começava, aí, uma carreira meteórica. Com vinte e sete anos, escreveu a primeira peça de sucesso. Seguiram-se diversas comédias e um ato. Entre 1895 e 1904, produziu os quatro dramas, considerados suas obras-primas: “A Gaivota”, “Tio Vânia”, “As Três Irmãs” e “Jardim das Cerejas”. Em termos teatrais, é colocado pelos críticos ao lado do norueguês Henrik Ibsen e do sueco August Strindberg.
O autor russo formou uma galeria de tipos. Habilmente arrancados da existência cotidiana, esses tipos vivem situações conflitantes, carregadas de tensão emocional. Ao mesmo tempo, essas situações são dissimuladas por uma complicada rede de comportamento. Nesse contexto, os personagens utilizam falsos e sutis argumentos a propostas de envolvimento psicológico. É o teatro do realismo psicológico, empenhado em desvendar o mundo submerso dos personagens. A influência do autor sobre o teatro contemporâneo, segundo os críticos, é incalculável. O cunho épico da dramaturgia dele foi, inclusive, reconhecido pelo Comitê de Leitura dos Teatros Imperiais da Rússia, ao lhe impor censura. A partir dos trinta e dois anos, o autor começou a apresentar sinais de tuberculose. Em 1899, a doença o obrigou a procurar um lugar mais adequado para viver, fixando-se na Crimeia. Em 1900, foi eleito membro honorário da Academia Russa de Ciência. Até 2018, registra 483 créditos em produções para o cinema e a televisão.
Principais Obras
1887 IVANOV peça teatral
1888 A ESTEPE romance
1888 O URSO peça teatral
1889 O CASAMENTO peça teatral
1891 O DUELO romance
1893 A HISTÓRIA DE UM DESCONHECIDO romance
1895 A ILHA DE SACALINA ensaio-reportagem
1895 TRÊS ANOS romance
1896 A GAIVOTA peça teatral
1896 MINHA VIDA romance
1900 TIO VÂNIA peça teatral
1901 AS TRÊS IRMÃS peça teatral
1904 O JARDIM DAS CEREJEIRAS peça teatral