ABADIR é um termo de origem fenícia que designava qualquer pedra (geralmente cônica) que se acreditava ter vindo do céu, para servir de habitação às divindades. Como eram objetos de superstições, eram veneradas pelas populações, merecendo um culto próprio. Segundo a lenda, greco-romana, era também o nome da pedra que Reia (Cibele para os romanos) disfarçou de bebê, ao envolvê-la em cueiros (roupas de recém-nascido), para enganar Cronos (Saturno para os romanos). Este, tomando-a por Zeus (Júpiter para os romanos), seu filho recém-nascido, engoliu-a, pensando estar, desta forma, eliminando aquele que o destronaria do reino do Monte Olimpo, conforme fora profetizado.
Reia
Deusa da Frígia (centro oeste da atual Turquia), frequentemente chamada de “a mãe dos deuses” ou Grande Mãe. Filha do Céu e da Terra, esposou seu irmão Cronos (Saturno para os romanos) e dele teve: Zeus, Héstia, Deméter, Hera, Hades e Poseidon (Júpiter, Vesta, Ceres, Juno, Plutão e Netuno, respectivamente, para os romanos). Era honrada na Ásia Menor, de onde seu culto se estendeu por todo o mundo grego e atingiu o mundo romano. Personificava a natureza no seu poder vegetativo e selvagem. Está entre as divindades da fertilidade e partilha com Júpiter, na mitologia romana, o poder sobre a reprodução das plantas, dos animais, dos deuses e dos homens.
É conhecida por vários outros nomes, entre os quais Ops e Boa Deusa. Segundo a região, seus sacerdotes chamam-se Curetes, Coribantes, Dáctilos, Cabiros... Não há lendas a seu respeito, salvo a que relata seus amores com o pastor Atis. Essa lenda é a origem ou a transposição dos mistérios orgíacos e órficos da ressurreição. Em Roma, as festas da deusa e do pastor constituíram uma liturgia só. Eram celebradas de 15 a 27 de março. Inspiravam-se na lenda do jovem pastor: recordavam desde o seu nascimento até a sua morte e ressurreição. A deusa é representada num carro puxado por leões ou acompanhada desses animais, símbolo da força. Tem na mão uma chave, a qual abre a porta da terra, onde estão encerradas as riquezas. Na cabeça, sustenta pequenas torres, as quais significam as cidades sob sua proteção.