01/06/2019 — Chegou às livrarias, através da Editora Griphus, o livro “Os Últimos Dias do Lampião e Maria Bonita”. Trata-se de uma ficção histórica baseada no emblemático casal e seu grupo de cangaceiros fora da lei. A obra narra a história verídica desses bandoleiros nômades, que dominaram o Nordeste do Brasil entre 1922 a 1938. Liderados pelo Lampião, os roubos que cometiam se justificavam na ajuda que davam aos pobres e oprimidos. Os cangaceiros exibiam sua aura de poder com as vitórias constantes nos confrontos violentos com as forças policiais dos sete estados do sertão. O romance de estreia da Victoria Shorr relata a história do casal cangaceiro, do ponto de vista da Maria Bonita, com momentos que alternam o presente e o passado.
Lampião
VIRGULINO FERREIRA DA SILVA nasceu no dia quatro de junho de 1898, na cidade de Serra Talhada, Estado de Pernambuco. Morreu no dia 28 de julho de 1938, na cidade de Poço Redondo, Estado do Sergipe. Depois que a perseguição à sua família por um coronel da região resultou na morte dos pais, em 1916, fugiu com os irmãos para o sertão, passando a integrar um grupo de cangaceiros. Seu bando ganhou fama pela crueldade e pela violência dos assaltos. O grupo cercava e invadia fazendas, vilarejos e cidades, praticava saques, incêndios e execuções sumárias. Ganhou o apelido de “Lampião” por se gabar dos clarões, tal qual um lampião, provocados por sua espingarda nos enfrentamentos com a polícia.
Conhecido também como “rei do cangaço”, atuou, principalmente, no sertão do Sergipe e da Bahia. Mas também fez assaltos no Alagoas e no Ceará. Na época da Coluna Prestes, entre 1925 e 1927, foi convidado pelo Padre Cícero para ajudar o governo no combate aos revoltosos. Aceito o convite, ganhou o título de “comandante”. Aproveitou a oportunidade para armar melhor os integrantes do bando. Em 1929, conheceu a Maria Bonita. Ela se juntou ao grupo e lhe deu uma filha, de nome Maria Expedita. Em julho de 1938, o bando foi surpreendido por um batalhão da Polícia Militar, na Fazenda Angico, no sertão do Sergipe. Além dele, morreram mais dez cangaceiros e a Maria Bonita. As cabeças dos cangaceiros foram cortadas e, por quase trinta anos, expostas no museu da Faculdade de Medicina da Bahia. Foram definitivamente sepultadas em fevereiro de 1969.