MATIAS CARDOSO DE ALMEIDA nasceu em dia, mês e ano incertos, na cidade de São Paulo. Morreu em dia e mês incertos do ano de 1706, na Bahia.
Acompanhou o pai desde adolescente em bandeiras bravias de caça aos índios. Em 1664, já conhecia as trilhas que levavam de São Paulo ao norte, varando as Minas Gerais, passando por Atibaia e Sapucaí, de onde afugentou o resto dos terríveis índios lopos. Na década de 1670, foram frequentes as bandeiras para escravizar índios nas terras que formaram o futuro Estado de Minas Gerais, levando práticos de São Paulo, Paranaguá e Cananéia. Sua patente foi registrada nos arquivos da Câmara Municipal de São Paulo em 1664. Ativo sertanista, integrou a bandeira de Jerônimo Pedroso de Barros no Sul, em 1641, e em outra de 1656, que teria atingido terras do Peru.
Capitão-mor de Fernão Dias Pais, o acompanhou às Minas Gerais, onde permaneceu até 1680, quando retornou a São Paulo. Nomeado tenente-general para o descobrimento de prata na Serra do Sarabuçu, retirou-se do local, após conflitos com indígenas da região. Em 1684, recebeu o cargo de governador e administrador de todas as aldeias indígenas que subjugasse entre Porto Seguro (Bahia) e a foz do Rio São Francisco (Piaçabuçu, Alagoas). Quatro anos depois, voltou para São Paulo, a fim de organizar expedições contras os índios cariris, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Em 1696, sofreu um ataque às margens do Rio Jaguaribe, onde seu filho natural pereceu. Em 1701, dedicou-se à mineração na região de Sabará (Minas Gerais), estabelecendo-se depois em Ouro Preto. Devido a desentendimentos com os coletores de impostos, foi para a Bahia, onde morreu.