PAULO EVARISTO ARNS nasceu no dia 14 de setembro de 1921, na cidade de Forquilhinha, Sul do Estado de Santa Catarina. Morreu no dia 14 de dezembro de 2016, na cidade de São Paulo, vítima de falência múltipla de órgãos. Quinto filho de um casal de imigrantes alemães, fez os estudos fundamentais na sua cidade natal. Depois, ingressou no seminário franciscano da cidade de Rio Negro, Paraná. Em 1940, entrou no noviciado, na cidade de Rodeio, Santa Catarina. Cursou filosofia na cidade de Curitiba e teologia na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro. Nesta, foi ordenado presbítero no dia 30 de novembro de 1945. Na sequência, foi para a França, onde cursou letras na Universidade de Sorbonne. Retornou ao Brasil cinco anos depois.
Em 1966, foi eleito bispo, recebendo a ordenação no dia 03 de julho. No dia 22 de outubro de 1970, o Papa Paulo VI o nomeou arcebispo metropolitano de São Paulo. A posse no novo cargo se deu no dia 01 de novembro do mesmo ano. Aposentou-se em 1998, adquirindo o título de arcebispo emérito da cidade de São Paulo. Durante o seu cardinalato, destacou-se pela defesa que fez dos perseguidos pelo regime militar. Um dos principais momentos da sua carreira aconteceu no dia 31 de outubro de 1975, quando, na Catedral da Sé, em São Paulo, ao lado do rabino Henry Sobel e do pastor presbiteriano Jaime Wright, celebrou um ato ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, que teria sido moto nos porões do Doi-Codi, órgão da polícia secreta nacional.
A partir daí, começou a atuar nos bastidores, levando ao governo listas de desaparecidos. Desde que assumiu a Arquidiocese de São Paulo, foi fiel aos preceitos da Ordem Franciscana, que incluem o voto de pobreza. Em 1973, mesmo ano da sua promoção ao cardinalato, vendeu o Palácio Episcopal por cinco milhões de dólares. O dinheiro foi usado na construção de mais de mil centros de atendimento na periferia. Foi nesses centros que incentivou, ao longo da sua gestão, a instalação de duas mil comunidades eclesiais de base. Essas CEBs pregavam o combate à desigualdade e à miséria. A posição, manifestamente favorável à Teoria da Libertação, lhe valeu problemas com o Vaticano. Em 1989, veio a reação da cúpula da igreja. A Aquidiocese de São Paulo foi desmembrada em seis regiões episcopais. Ele perdeu mais da metade da comunidade (cerca de sete milhões de pessoas) que estava sob a sua responsabilidade. No mesmo ano, foi indicado para receber o Prêmio Nobel da Paz.