ANTÔNIO VICENTE FILIPPE CELESTINO nasceu no dia 12 de setembro de 1894, na cidade do Rio de Janeiro. Morreu no dia 23 de agosto de 1968, na cidade de São Paulo. Com sete anos, os pais o matricularam numa escola particular. Mas, logo em seguida, teve de abandonar a escola por causa da precária situação financeira da família. Começou, então, a trabalhar na sapataria do pai. Também fez biscates e foi ajudante de pedreiro. Em 1903, cantou num coral infantil, no primeiro ato da ópera “Cármen”, do Georges Bizet, encenada no Teatro Lírico do Rio de Janeiro.
O famoso cantor italiano Enrico Caruso assistiu ao espetáculo. Impressionado com a voz do garoto, o convidou para estudar canto na Itália, mas os pais não consentiram. Com dezessete anos, quando assistia a uma ópera, o tenor vacilou. Entre a solicitude e a oportunidade, tentou “ajudar”, sendo expulso do teatro. Depois, foi, finalmente, contratado para cantar no Teatro São José, iniciando uma carreira de sucesso ao interpretar a música “Flor do Mal”. Em 1916, cantou em São Paulo e Porto Alegre. Três anos depois, estava em cartaz no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Um empresário lhe propôs ir para a Itália, mas preferiu ficar no Brasil, passando a excursionar por quase todos os estados.
Em 1920, formou uma companhia musical, mas não teve sucesso como empresário. Em Belo Horizonte, interpretou uma música que marcaria época no Brasil: “Saudade do Sertão”. Como compositor, escreveu diversas músicas, com destaque para a “Coração Materno”, a “Amo-Te” e a “Patativa”. Em 1936 aconteceu a música que mais lhe rendeu lucros financeiros e prestígio: “O Ébrio”. Essa música transformou-se posteriormente em peça teatral e, depois, em filme. A carreira de grande ídolo estava consolidada. Compôs outros sucessos, com destaque para as músicas “Mia Gioconda” (1945), “Alta de Lama” (1946) e “Encantamento” (1952). Como ator, participou de dois filmes baseados em canções de sua autoria: “O Ébrio” (1946) e “Coração Materno” (1951). Em 1965, a TV Globo transformou a “O Ébrio” em série.