EMILY JANE BRONTÊ nasceu no dia 30 de julho de 1818, na localidade de Thornton, Yorkshire, Inglaterra. Morreu no dia 19 de dezembro de 1848, na localidade de Haworth. O isolamento da província de Yorkshire e a austeridade do pai — o reverendo Patrick Brunty — marcaram profundamente a sua infância e adolescência. Com a morte da mãe em 1821, ela e os irmãos — Anne, Charlotte e Patrick — passaram a viver sob os cuidados de uma tia materna — Elizabeth Branwell. Desde muito cedo, as irmãs demonstraram pendores literários, escrevendo histórias sobre reinos imaginários, fantástico mundo de triunfos e derrotas, amores e lutas.
Ao contrário das irmãs, sua sensibilidade sempre se inclinou mais para o fantástico do que para o real. Em 1836, aceitou um cargo de professora numa escola de Law Hill, perto de Halifax. Desistiu em pouco tempo, mais pelas precárias condições do emprego do que por temperamento. Dessa época, datam seus primeiros poemas, os quais contêm amarga tristeza pelas saudades que sente do lar. Preocupadas com a falta de trabalho e com a vida dissoluta do irmão, ela e as irmãs decidiram abrir uma escola em Haworth. Mas a falta de alunos interessados, talvez pela má reputação do irmão, fez a ideia fracassar. Era preciso encontrar um meio de vida. Um dia, Charlotte descobriu seus poemas ocultos e lhe pediu para publicar juntamente com os dela e os de Anne.
Se os versos fossem aceitos, teriam o caminho aberto para a publicação de um romance em fascículos, como era a moda, e garantiriam sua subsistência. Em 1846, saiu o volume Poemas, no qual as três irmãs se escondiam sob pseudônimos. O fracasso de venda não as desanimou, pois já estavam escrevendo e projetando romances. Os manuscritos de Agnes Grey, de Anne, e do seu O Morro dos Ventos Uivantes foram aceitos, enquanto O Professor, de Charlote, talvez por seu reduzido tamanho, foi recusado. Esta começou então a redigir Jane Eyre, que foi publicado com muito sucesso. Das três obras, O Morro... é a mais vigorosa. Focaliza a vida como um todo. A morte não é fim nem começo: é uma forma metamorfose, uma libertação da essência humana, ideia que ela também se expressou em muitas de suas poesias. O romance fez dela uma das maiores escritoras da literatura inglesa.
O livro hoje é considerado um clássico da literatura mundial. Mas na Inglaterra do século XIX, recebeu fortes críticas. A obra conta que numa área rural inglesa surge com o tempo uma violenta paixão entre Catherine Earnshaw e o cigano Heathcliff, seu irmão adotivo. Criados juntos, eles são separados por fatores familiares. Quando ele fica sabendo que ela vai se casar com Edgar Linton, um homem rico e gentil, foge para fazer fortuna, ignorando o fato de que ela o ama, e não o futuro marido. Dois anos depois, ele retorna para se vingar do abandono. O livro teve várias adaptações para o cinema. A mais nova versão é de 1992. Dirigida pelo cineasta Peter Kosminsky, traz com par central a atriz francesa Juliette Binoche e o ator inglês Ralph Fiennes.