napoleao in1Napoleão
linha-gif

NAPOLEÃO BONAPARTE nasceu no dia 15 de agosto de 1769, na localidade de Ajaccio, Ilha de Córsega, França. Morreu no dia 5 de maio de 1821, na Ilha de Santa Helena, Reino Unido.

Seus pais eram da pequena nobreza da Córsega e, a princípio, foram contra a ocupação do território pela França. Quando o filho tinha nove anos, mandaram-no para a cidade de Autun para receber uma educação francesa. Três meses depois, ele se transferiu para a Escola Militar de Briene, onde estudavam os futuros oficiais do exército. Em 1785, formou-se na Academia do Campo de Marte, em Paris, recebendo a patente de segundo-tenente. Durante os primeiros anos, sentiu-se como um estrangeiro, vendo nos franceses os responsáveis pela miséria em sua ilha natal. Chegou mesmo a defender a independência da Córsega. Quando eclodiu a revolução, alinhou-se entre os moderados, defensores da compatibilidade entre a monarquia e a nova ordem. No entanto, por pressão das tropas que comandava, acabou por assumir posições mais radicais.

Em 1791, ingressou no Clube dos Jacobinos. No mesmo ano, licenciado do exército, partiu para a Córsega, onde recebeu a patente de tenente-coronel da Guarda Nacional. Em janeiro de 1792, a licença expirou, mas ele não reassumiu o posto, sendo considerado desertor. Em abril do mesmo ano, a necessidade de mobilização para a guerra contra a Áustria fez com que fosse perdoado e reintegrado ao exército. Preso como conspirador em 1794, não reassumiu o cargo de general-de-brigada, após a libertação. E se recusou a aceitar o comando da artilharia do oeste, que lhe foi proposto pelo governo. Chamado por Paul Barras (chefe do governo), esmagou, em 1795, uma conspiração realista, tornando-se o salvador da república francesa. Reafirmou sua lealdade ao regime ao fechar o Clube Panteão, onde se reuniam políticos de esquerda. Como recompensa, foi nomeado comandante-em-chefe do exército na Itália.

napoleao in2Depois de várias campanhas militares, com muitas vitórias e algumas derrotas — principalmente para a Inglaterra — voltou à França em 1799. Com a queda do diretório, assumiu o consulado. A nova constituição então promulgada atribuía ao primeiro cônsul a iniciativa de promulgar leis, decidir acerca da paz e da guerra, nomear ministros e funcionários públicos. Em 1802, através de um plebiscito, foi eleito “cônsul perpétuo”. Um conspiração realista a seguir deu o pretexto para o general transformar o regime. Em 2 de dezembro de 1804, recebeu a coroa de imperador das mãos do papa Pio VII, na Igreja de Notre Dame. Para reforçar seu poderio, acercou-se de uma corte servil, criando uma nova aristocracia a partir dos quadros do exército e da administração.

Para se diferenciar, o imperador vestia um imponente uniforme militar. Sua mãe recebeu o título de rainha-mãe e, como a imperatriz Josefina, dispunha de palácio próprio, com damas de companhia e todo o luxo da corte. Ele distribuiu entre os irmãos as coroas dos países conquistados: o trono da Holanda para Luís, o da Espanha para José e o da Vestfália para Jerônimo. Eugênio, seu enteado, filho do primeiro casamento da imperatriz, foi nomeado vice-rei da Itália. Com o Tratado de Tilsit, em 1807, conseguiu o apoio dos russos em sua guerra de expansão. O império napoleônico atingiu, então, o apogeu. De Hamburgo, na Alemanha, a Roma, na Itália, o Grande Império compreendia 130 províncias. Em 1807, invadiu Portugal, forçando a família real a se refugiar no Brasil.

Em abril de 1812, o czar russo Alexandre I exigiu que as tropas francesas evacuassem a Pomerânia e a Prússia. O imperador mobilizou, então, contra a Rússia 700 mil homens, a maioria de mercenários. Ele atravessou a Europa e chegou às portas de Moscou praticamente sem resistência. Ao combate direto, os russos haviam preferido enfraquecer o inimigo pela falta de suprimentos. Em 14 de setembro, as tropas napoleônicas entraram na capital russa, mas não havia nada para ser ocupado: a cidade estava em chamas e o czar não se rendeu. Sem mantimentos e roupas para enfrentar o rigoroso inverno russo, os franceses foram obrigados a bater em retirada. Numa difícil marcha de 1,5 mil quilômetros, através de planícies geladas e devastadas, o exército imperial perdeu cerca de 400 mil homens. A seguir, o imperador abandonou as tropas e foi para Paris, onde uma conspiração ameaçava sua coroa. Reorganizou o exército e foi de novo para luta. As vitórias alcançadas não alteraram o curso dos acontecimentos: foi obrigado a abdicar, com a entrada dos aliados em Paris no dia 31 de março de 1813.

napoleao in3Pelo Tratado de Fontainebleau (1814), os vencedores o reconheceram como imperador. Mas reduziram seu domínio à Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo, onde deveria permanecer em retiro. No ano seguinte, Luís XVIII assumiu o trono da França, mas a atmosfera de guerra civil espalhou-se pelo país. A figura do ex-imperador começou a ser encarda pelo povo como símbolo dos ideais da revolução de 1789. Em 26 de fevereiro abandonou a Ilha de Elba e dirigiu-se secretamente para Paris. As tropas enviadas pelo governo para aprisioná-lo aclamaram-no como seu general. Em 21 de março, foi recebido triunfalmente no Palácio das Tulherias. Mas as grandes potências, reunidas em Viena, reorganizaram a aliança antinapoleônica. O imperador resolveu atacá-las para impedir nova invasão. Foi definitivamente derrotado em Waterloo no dia 18 de janeiro de 1815.

Após tentar inutilmente fugir para a América, rendeu-se aos ingleses, apelando para a magnanimidade destes. Mas sua simples presença era considerada uma ameaça. O governo britânico resolveu exilá-lo na Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, a aproximadamente 1,8 mil quilômetros da costa ocidental da África. Juridicamente, a situação era a de prisioneiro de guerra das quatro grandes potências: Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia. Antes mesmo de chegar ao exílio, começou a ditar suas memórias aos amigos. Desses escritos, nasceram algumas lendas: a do exilado martirizado em Santa Helena, a do imperador traído por seus auxiliares diretos, do republicano, liberal e democrata que a guerra, imposta pela Inglaterra, havia transformado num ditador. O isolamento e o clima tropical agravaram o câncer que tinha no estômago, vindo a falecer em 5 de maio de 1821, após longa agonia.

 

 



© 2017 Tio Oda - Todos os direitos reservados