01Washington
Luís

WASHINGTON LUÍS PEREIRA DE SOUSA nasceu no dia 26 de outubro de 1869 na cidade de Macaé, Rio de Janeiro. Morreu no dia 4 de agosto de 1957 na cidade de São Paulo. Foi advogado e historiador antes de ser político — o 11.º décimo primeiro presidente (governador) do Estado de São Paulo e o 13.º presidente do Brasil, o último da República Velha. Foi deposto em 24 de outubro de 1930, 21 dias antes do término do seu mandato, por um golpe militar, que passou o poder, em 3 de novembro, às forças político-militares comandadas por Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930.

Foi o criador do primeiro serviço de inteligência do Brasil em 1928. O apelido que o definia era “paulista de Macaé”, pois, embora nascido no Estado do Rio de Janeiro, sua biografia política foi toda escrita no Estado de São Paulo. Foi chamado também de “o estradeiro”, por ser um construtor de estradas, e, durante a Revolução de 1930, de “Doutor Barbado” pelos seus opositores. Fez seus primeiros estudos na cidade do Rio de Janeiro, como aluno interno do renomado Colégio Dom Pedro II. Para poder estudar, seus pais, que eram pobres, tiveram que tirar os outros filhos da escola. Graduou-se em Direito em 1891 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Nomeado promotor público em Barra Mansa, renunciou ao cargo para se dedicar à advocacia em Batatais, onde iniciou a carreira política.

Como historiador, suas principais obras foram A Capitania de São Paulo e Na Capitania de São Vicente. Foi vereador em 1897 e intendente em 1898 em Batatais. Como intendente, fez uma experiência pioneira de Reforma Agrária no Brasil. Pelo Partido Republicano Paulista (PRP), se elegeu deputado estadual para o mandato de 1904—1905. Participou ativamente na Assembleia Constituinte Estadual de 1905, apoiando sobretudo o municipalismo, defendendo ampla autonomia dos municípios frente aos governos estaduais e federal. Deixou o cargo de deputado estadual para assumir, em 13 de março de 1906, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, onde permaneceu até 1.º de maio de 1912. Coube a ele modernizar a Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, com a vinda de uma missão militar francesa.

Instalou a recém-criada Polícia Civil de São Paulo, nomeando apenas funcionários públicos de carreira formado em direito para o cargo de delegado de polícia, não mais aceitando nomeações indicadas pelos líderes políticos locais. Os coronéis, que ficaram, assim, com seu poder reduzido, torceram o nariz para a novidade. Essa modernização da Polícia Civil recebeu o nome de “polícia sem política”. Em 1910, apoiou a Campanha Civilista de Rui Barbosa. Percorreu as estradas paulistas, traçando os primeiros projetos para a melhoria de suas rodovias e para a implantação de um plano rodoviário estadual. Foi novamente eleito deputado estadual para o mandato de 1912 a 1913, quando defendeu que presos com boa conduta deveriam ter redução da pena e que deveria se utilizar presidiários na construção de estradas.

Conseguiu também como deputado estadual a aprovação da lei estadual nº 1.406 de 1913, que estabelecia o regime penitenciário do Estado de São Paulo e regulamentava a utilização de presos na construção de rodovias, sendo que uma das principais obras viárias a utilizar presidiários foi a Estrada Velha de Campinas, iniciada em 1916. Foi prefeito da cidade de São Paulo, de 15 de janeiro de 1914 a 15 de agosto de 1919, sendo que, no primeiro mandato (1914-1917) foi eleito vereador, e posteriormente eleito prefeito pela Câmara Municipal. Para o segundo mandato (1917-1919), foi eleito com o voto direto da população. Em 1.º de maio de 1920, chegou à presidência do estado (governador), na qual ficou até 1.º de maio de 1924. Nesse período, consolidou sua posição de comando na comissão executiva do Partido Republicano Paulista (PRP).

A prioridade de seu governo era o povoamento do interior do estado e o grande número de obras rodoviárias executadas. “Governar é abrir estradas” foi o seu lema, na campanha eleitoral de 1920. Devido a esse lema, recebeu o apelido de “estradeiro”. Logo depois de deixar o governo paulista, ocorreu a Revolução de 1924. Ele, então, se alistou nas tropas que combateram o movimento. Passou brevemente pelo Senado Federal, eleito em 1925, assumindo a vaga aberta com o falecimento do senador Alfredo Ellis. Foi escolhido para disputar a presidência da república, como candidato único, sem nenhuma oposição e dissidência, tal era seu prestígio político. Foi apoiado, sem restrições, pelo PRP e demais partidos republicanos estaduais, no tradicional esquema de revezamento entre Minas Gerais e São Paulo na presidência da república, conhecido como política do café-com-leite.

Assim, no dia 1.º de março de 1926, obteve a maior votação até então para a presidência da república: 688.528 votos contra 1.116 votos dados ao general Joaquim Francisco de Assis Brasil. Assumiu a presidência em 15 de novembro de 1926. Sua eleição foi recebida com grandes esperanças, após um período de agitações políticas. Isento de prevenções e de rancores, libertou todos os presos políticos e também muitos cidadãos presos injustamente. Também não prorrogou o estado de sítio que caracterizou o quadriênio anterior, presidido por Artur Bernardes, que continuou vigorando, porém, em alguns estados, para o combate à Coluna Prestes. Extinguiu os presídios políticos da Ilha da Trindade e da Clevelândia, este no Amapá. Com a retirada da Coluna Prestes para a Bolívia, o país viveu em relativa tranquilidade interna durante seu governo, até que começassem os rumores de uma revolução, em 1930, a qual acabaria por derrubá-lo do poder.


 

 

 



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