23/05/2021 — Já está nas livrarias mais um livro do Fernando Henrique Cardoso. No “Um Intelectual na Política”, às vésperas de completar 90 anos, ele revisita os marcos decisivos do seu itinerário intelectual. Nessas memórias, o FHC lança uma luz sobre a sua formação, o percurso como sociólogo e os acontecimentos históricos e pessoais. As experiências dele, marcadas pelo livre trânsito entre a política e a universidade, são recontadas com novo enfoque. No texto, há reflexões sobre o poder, a sociedade e o estado. O livro é uma produção da editora Companhia das Letras. Tem 432 páginas e preço sugerido de R$ 69,90. Esse é 32.º livro do Fernando Henrique. O primeiro, intitulado “Mudanças Sociais Na América Latina”, foi publicado em 1969.
FHC
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO nasceu no dia 18 de junho de 1931, na cidade do Rio de Janeiro. Filho do general Leônidas Cardoso, morou em vários estados brasileiros, fixando-se, depois da adolescência, na cidade de São Paulo. Recebeu a instrução básica na capital carioca. Na capital paulista, cursou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, onde graduou-se em 1952. Especializou-se em Sociologia. Foi professor na Faculdade de Economia da universidade entre 1952 e 1953, assumindo, depois, o cargo de docente na Faculdade de Sociologia.
Recebeu o título de doutorado em 1961, passando à cátedra de Ciência Política. Com o advento do regime militar, em 1964, teve de se exilar no Chile, onde ficou até 1967. Posteriormente, seguiu para a França, onde foi professor na Faculdade de Paris-Nanterre. Ainda no exílio, lecionou nas universidades de Stanford e Berkeley, nos Estados Unidos, e na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Durante esse período, publicou vários livros, os quais versam sobre a burocracia estatal, as elites industriais e, em particular, a teoria da dependência. Seu livro “A Teoria do Desenvolvimento” foi traduzido para dezesseis idiomas. Voltou para o Brasil em 1968, voltando à cátedra de Ciência Política na USP.
No ano seguinte, perdeu os seus direitos políticos com a edição do Ato Institucional n.º 5. Em 1970, criou o Centro de Brasileiro de Análise e Planejamento. Proibido de lecionar no Brasil, passou novamente a ensinar no exterior. Politicamente, foi um dos fundadores do Partido do Movimento Democrático Brasileiro em 1979. Saiu, assim, dos bastidores acadêmicos para entrar definitivamente na política. Em 1978, candidatou-se ao seu primeiro cargo eletivo. Teve 1,5 milhão de votos para o senado federal, tornando-se suplente do senador eleito, Franco Montoro. Em 1982, com a eleição do Montoro para governador de São Paulo, assumiu o cargo de senador da República. Em 1985, candidatou-se a prefeito de São Paulo, mas não logrou êxito.
Foi reeleito senador em 1986, com 6,2 milhões de votos. Em 1990, insatisfeito com os rumos do PMDB, reuniu-se ao Mário Covas, ao Franco Montoro e a outras lideranças para fundar o Partido da Social Democracia Brasileira. Em 1992, com o impeachment do Fernando Collor, assumiu o Ministério das Relações Exteriores no governo do Itamar Franco. Em 1993, com a crise econômica ainda grande, foi chamado para assumir o Ministério da Fazenda. No cargo, organizou a equipe que elaborou e colocou em prática o Plano Real, marco do combate à inflação. O sucesso do plano econômico lhe deu grande popularidade, o que o credenciou para a candidatura à presidência da república em 1994. Elegeu-se com 34,3 milhões de votos, 54,28% dos votos válidos. Foi reeleito em 1998, no primeiro turno, com 35,9 milhões de votos, 53,6% dos votos válidos.
Imortalidade
27/06/2013 — O sociólogo e ex-presidente da República Federativa do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ele recebeu 34 votos dos acadêmicos. Houve quatro votos em branco e uma abstenção. O FHC concorria com outros onze candidatos, mas nenhum deles recebeu votos. Passou a ocupar, assim, a cadeira 36, que estava vaga desde a morte do João de Scantimburgo, no dia 22 de março. O ex-presidente tem 82 anos. Ele acaba de lançar um novo livro (“Pensadores Que Inventaram o Brasil”), com ensaios sobre Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Florestan Fernandes e outros autores.
Diários
11/10/2015 — A articulação política para a formação do governo. O necessário convívio com o fisiologismo. As intrigas palacianas. Os atritos com o Congresso Nacional. A negociação com os setores retrógrados. A reforma do estado. A solidão. Durante seus dois mandatos como presidente da República, o Fernando Henrique Cardoso manteve o hábito quase semanal de registrar, num gravador, o dia a dia do poder. Os diários têm a franqueza das confissões deixadas para a posteridade. Neles transparecem as hesitações do cotidiano, os julgamentos duros de amigos próximos, os pontos de vista que mudam com os fatos, as afinidades que se criam e as que arrefecem.
20/07/2020 — A Editora Record mandou para as livrarias a obra “Empresário Industrial e Desenvolvimento Econômico do Brasil”. De autoria do Fernando Henrique Cardoso, o livro foi lançado originalmente em 1964, na fervura da instalação do regime militar no país. Com visão de sociólogo, o autor trata da formação do “espírito empresarial” e da contribuição desse espírito para o desenvolvimento econômico do país. O FHC ressalta o importante papel das classes médias e populares para o pretendido desenvolvimento. O prefácio é do sociólogo Florestan Fernandes. Após a publicação do livro, o Fernando Henrique teve os direitos políticos cassados. Depois, com a redemocratização, elegeu-se suplente de senador por São Paulo em 1983. Foi presidente da República entre 1995 e 2002.