Cortiço
O romance “O Cortiço” foi lançado originalmente em 1890 na cidade do Rio de Janeiro pelo autor maranhense Aluísio de Azevedo. De acordo com a crítica literária, trata-se de uma obra emblemática do Naturalismo brasileiro. Apresenta uma forte crítica social e um retrato minucioso da realidade carioca do Século 19. O romance é elogiado pela sua capacidade de explorar a influência do meio, da raça e da história no comportamento dos personagens. O romance adota a ideia naturalista da literatura como um laboratório da vida social.
A trama retrata a vida nos cortiços, precárias e promíscuas habitações coletivas que proliferaram com o desenvolvimento urbano. O autor conta a história do comerciante português João Romão, homem austero e esperto, que, resistindo à indolência dos trópicos, pauta a vida pelo desejo de enriquecer. Ele acaba conseguindo o que quer, mas o dinheiro o lança num grande vazio, já que, para vencer, abdicou dos prazeres e das coisas do mundo. O livro foi algumas vezes adaptado para a televisão e o cinema. Na tevê, o destaque vai para a minissérie produzida e exibida pela TV Globo em 1982. No cinema, a última versão é de 1978, com a Betty Faria e o Mário Gomes.
O autor
ALUÍSIO TANCREDO GONÇAVES DE AZEVEDO nasceu no dia catorze de abril de 1857 na cidade de São Luís, a capital do Estado do Maranhão. Morreu no dia 21 de janeiro de 1913 na cidade de Buenos Aires, a capital da Argentina. Filho de um vice-cônsul português, transferiu-se em 1876 para a cidade do Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como jornalista. Com o falecimento do pai em 1878, voltou para a cidade natal. Na literatura, o primeiro romance, o “Uma Lágrima de Mulher”, foi publicado em 1880. O primeiro sucesso editorial, o romance “O Mulato”, saiu no ano seguinte. Transformou-se a partir daí num dos principais escritores brasileiros do Século 19. No total na carreira são onze romances.
