Terra

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA foi lançado originalmente em 1864 pelo autor francês Jules (Júlio) Verne na cidade de Paris. É considerado uma das primeiras obras de ficção científica de que se tem notícia. Aliás, o escritor é mesmo considerado o “pai” desse gênero literário. Nessa trama, ele leva o leitor a uma emocionante aventura literalmente ao centro da terra, viagem que se realiza graças a um manuscrito decifrado por um garoto chamado Axel. De acordo com o documento, quem desce a cratera do Sneffels, vulcão situado na Islândia, antes do início de julho, consegue chegar ao centro da Terra.

O texto revive a tradição literária da descida ao inferno. Uma das questões científicas dos meados do Século 19 envolvia as temperaturas no núcleo da Terra. No personagem Axel, o romancista cria o defensor de uma teoria de um fogo central. Ele se opõe ao tio, o enrolado professor Lindenbrock, defensor da teoria de um centro frio. Com uma imaginação extraordinária, o romance adota a última hipótese. Transcorre numa Terra Fria tipo queijo suíço, cujos vulcões e oceanos são ligados por uma série de canais. Dentro de um vulcão da Islândia, os personagens se encontram numa imensa cavidade. Exploram o local até serem expelidos pela lava vulcânica em erupção.

A viagem dos personagens pode ser dividida em duas partes principais. A primeira os conduz de volta no tempo através de sucessivas camadas geológicas até atingirem o “granito primitivo”. A segunda é a descoberta do mar interior, um espaço paleontológico habitado por “fósseis vivos”, onde todos os períodos da classificação estão misturados. A descoberta de um maxilar humano em 1863 levou o autor a introduzir em sua narrativa um “pastor antediluviano”, um dos grandes antropoides. Estes seriam, pelo menos para os darwinianos que debatiam a evolução na época, os ancestrais do homem moderno. O livro é uma das obras mais adaptadas para o cinema. A última adaptação é de 2008. Ela traz o ator Brendan Fraser no papel do protagonista.