francis-bacon p1Francis Bacon

17/02/2014 — Uma tela do pintor irlandês Francis Bacon (1909-1992) — Retrato Falado de George Dyer — foi arrematada por US$ 69,32 milhões, num leilão realizado em Londres. A pintura, com cerca de dois metros de altura, retrata um dos amantes do artista. Ele conheceu George Dyer em 1963 e fez dele seu modelo para uma série de obras. O modelo morreu de overdose em 1971. Retrato Falado... foi vendida três meses depois de uma outra pintura do autor ter sido leiloada por US$ 127 milhões, o valor mais alto já pago por uma obra sua. Trata-se de um conjunto de três pinturas unidas por uma moldura tríplice dedicada a Lucien Freud (pintor alemão).

FRANCIS BACON nasceu no dia 28 de outubro de 1909, na cidade Dublin, Irlanda do Norte, Reino Unido. Descendente de ingleses, foi cuidado pela enfermeira da família. Criança asmática e com muitas alergias a cães e cavalos, muitas vezes teve que tomar morfina para aliviar seus sofrimentos durante os ataques. A família se mudou muitas vezes de casa. Durante esse período entre a Irlanda e a Inglaterra, levou um sentimento de displicência que permaneceu com o ele durante toda a sua vida. Tratou com uma extraordinária complacência alguns temas que continuam a dar problemas à vida em grupo. Em 1926, com 17 anos, já se sabia que era claramente homossexual.

As fantasias masoquistas, a pedofilia, o desmembramento de corpos, a violência masculina ligada à tensão homoerótica e as práticas de dissecação forense, entre outras imagens, foram temas recorrentes em sua obra. A sua primeira exposição individual aconteceu em 1945. Provocou um choque e não foi bem recebida. Todo mundo estava farto de guerra e de horrores e só se falava na “construção da paz”. As imagens de entranhas em seus quadros, com os seus tons sanguíneos, provocaram mais repulsa do que admiração. Como homem do seu tempo, porém, conseguiu transmitir a ideia de que o ser humano, ao conquistar e fazer uso da sua própria liberdade, também liberta a besta que existe dentro de si. Os críticos contemporâneos consideram seu trabalho audaz, austero e frequentemente grotesco.


 

 

 



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