Year of the Dragon
1985 — Estados Unidos
A ação de O Ano do Dragão se passa no bairro de Chinatown, Nova York. Durante a festa do Ano Novo, o velho Wong, chefe supremo das gangs que controlam o bairro, é assassinado. Seu genro, Joey Tay, passa a comandar o “negócio”, impondo seus métodos. Inescrupuloso e ousado, ele acaba desestabilizando as relações internas da organização e criando problemas com velhos aliados, como a máfia italiana e a polícia, com quem o antigo chefe mantinha “ótimas relações”. Para complicar a situação, a delegacia do bairro é assumida por um policial incorruptível, ex-combatente do Vietnam. Ele declara guerra aos bandidos e, ao mesmo tempo, à inércia da polícia.
Para atingir seus objetivos, o herói rompe com seus amigos, esgota seus auxiliares, vê sua mulher ser assassinada pelos bandidos e arrisca a vida de sua amante Tracy Zu, uma jornalista de origem chinesa que cobre os eventos de Chinatown. Se em O Franco Atirador, o diretor Michael Cimino 
provocou polêmicas entre aqueles que o acusavam de ter realizado uma obra “facista” e aqueles que viam no filme repúdio à guerra, desta vez questão de não deixar dúvidas: para combater o banditismo, só mesmo um tira radical, daqueles que povoam os sonhos da direita extremada. Não é por acaso que o policial Stanley White combateu no Vietnam.
O Ano do Dragão dá a chave para a leitura de O Franco Atirador. Para confirmar as suspeitas, basta prestar atenção na cena em que Tay negocia uma partida de heroína com os guerrilheiros tailandeses, armados até os dentes com seus Kalashmikovs soviéticos. Ou seja, para acabar com o banditismo organizado, a corrupção e o comunismo (para o diretor tudo parece ser a mesma coisa), a solução é um indivíduo dotado de determinação superior, uma espécie de super-homem. Esta salada tem temperos cultivados pela intoxicante ideologia fascista. Ou algo que pode servir à guerra fria para principiantes desavisados. No meio disso, porém, a competência de um cineasta que sabia, como poucos, dirigir com tensão, ação e muito sangue. O filme foi indicado em 1986 para dois Globos de Ouro: melhor trilha sonora original para David Mansfield e melhor ator coadjuvante para John Lone.
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Ficha Técnica
Diretor: Michael Cimino (foto)
Roteiro: Michael Cimino e Oliver Stone
Romance: Robert Daley
Produção: Dino De Laurentiis
Música original: David Mansfield
Direção de fotografia: Alex Thomson
Montagem: Françoise Bonnot e Noëlle Boisson
Escala de elenco: Joanna Merlin
Desenho de produção: Wolf Kroeger
Direção de arte: Victoria Paulo
Cenários: Robert Drumheller
Figurinos: Marietta Ciriello
Som: Richard Adams
Efeitos especiais: Mike Edmonson
Elenco
Mickey Rourke — Stanley White
John Lone — Joey Tai
Ariane — Tracy Tzu
Leonard Termo — Angelo Rizzo
Raymond J. Barry — Louis Bukowski
Caroline Kava — Connie Branco
Eddie Jones — William McKenna
Joey Chin — Ronnie Chang
Victor Wong — Harry Yung
K. Doca Yip — Milton Bin
Hon-Lam Pau — Fred Hung
Daniel Davin — Francis Kearney
Mark Martelo — Comissário Sullivan
Dennis Dun — Herbert Kwong
Jack Kehler — Alan Perez
Steven Chen — Tony Ho
Paulo Scaglione — Teddy Tedesco
José Boaventura — Lagnese
Jilly Rizzo — Schiro
Lip Tony — Lenny Carranza
