Antonio Vivaldi
ANTONIO LUCIO DE VIVALDI nasceu no dia 4 de março de 1678, na cidade de Veneza, Itália. Morreu no dia 28 de julho de 1741, na cidade de Viena, Áustria.
Iniciou os estudos do violino com o pai, tendo revelado habilidade precoce já em 1688, com apenas 10 anos de idade. Aos 15, no entanto, decidiu seguir carreira sacerdotal, tendo, em 1703, se ordenado padre. Seus biógrafos supõem que a escolha da carreira eclesiástica não tenha sido determinada por uma vocação religiosa, mas com o intuito de obter uma situação financeira estável que lhe permitisse se dedicar integralmente à musica.
Cinco meses após a ordenação, foi convidado a lecionar violino e viola nos Ospedalle della Pietà, hospitais para doentes e enjeitados, onde se ministrava educação musical, principalmente para as moças. Como o regente demonstrava desinteresse pelas atividades da instituição, ele foi nomeado maestro de concertos. Em pouco tempo, suas apresentações começaram a se destacar, com as execuções das obras de Arcangelo Corelli, Tommaso Albinoni e Bernardo Pasquini. Desde 1707, esteve a serviço de um nobre de Mântua. Além de bom músico, era também hábil diplomata. Convencido de que não havia necessidade de inovar muito, criava, ao gosto da época, músicas para satisfazer a nobreza. Assim, conseguiu fama em toda a Itália, consolidando a imagem de um músico sério e digno de respeito.
A intenção de evitar um choque com os conservadores explica a publicação das Sonatas Opus I e Opus II, na Itália, enquanto editava em Amsterdam, Holanda, sua obra mais avançada, L´Estro Armonico. Como são escassos os dados sobre sua vida, é difícil saber exatamente a data de suas primeiras composições. Parece certo, no entanto, que em 1705 editou sua primeira obra, Sonata de Câmara a Três — Dois Violinos e Violoncelo ou Cravo. Também no período de 1709 a 1711, compôs os 12 concertos de L´Estro Armonico, obra em que já demonstrava completo domínio dos recursos dos instrumentos de corda. Apesar de dar maior atenção à regência e à composição de música instrumental, escrevia, em média, uma ópera por ano. Cioso da preservação da fama, procurava agradar às platéias, evitando as grandes inovações e se encarregando pessoalmente dos aspectos mais importantes da encenação.
Com o êxito, multiplicavam-se os convites e solicitações dos principais centros da Europa. Atendia a esses convites zelosamente, sempre acompanhado da cantora Ana Giraud. Em 1728, estreou em Paris, França, a série de concertos intitulada As Quatro Estações, pertencente a Il Cimento dell´Armonia e dell´Invenzione Opus 8, obra que já era conhecida em Viena, Áustria, por ter sido dedicada ao conde de Morzin. No mesmo ano, ofereceu a Carlos VI de Habsburgo a série de seis concertos intitulada La Cetra — Opus 9 — Para violino e Orquestra de Cordas. Tendo atendido o convite para participar da comemoração do centenário do teatro de Amsterdam, regeu, em 1738, o Concerto Grosso Para Violino, Dois Oboés, Duas Trompas de Caça, Arcos e Tímpanos.
Em março de 1740, por ocasião da homenagem prestada ao príncipe-eleitor polonês Frederico Cristiano, realizou sua última apresentação na Scuola della Pietà, da qual, apesar de suas viagens pela Europa, continuava sendo o diretor musical. Apresentou, assim, três concertos e uma sinfonia, obras que os críticos consideraram muito avançadas. Vitimado por uma inflamação, morreu em julho de 1741. Sua obra permaneceu ignorada por um século. Somente quando a produção de seu contemporâneo Johann Sebastian Bach — que fizera o arranjo de uma de suas peças — foi redescoberta, também a sua foi retomada. Seu trabalho abrange 30 óperas, 461 concertos, 25 cantatas, três serenatas, um glória e outras peças religiosas.
Em 2010, a partitura de um concerto para flauta foi encontrada em Edimburgo, Escócia. A obra, intitulada Il Gran Mogol, é um somente um dos quatro de seus concertos. O pesquisador da Universidade de Southampton, Andrew Wooley, descobriu a partitura entre papéis do Arquivo Nacional da Escócia. Segundo ele, só se sabia da existência da obra por elas ser mencionada no atálogo de vendas de um comerciante do século XVIII. As outras três partituras, que têm o nome em italiano de países europeus (La Francia, La Spagna e L´Inghilterra) continuam desaparecidas.