Abbado
O famoso maestro italiano Claudio Abbado, que dirigiu as principais orquestras do mundo, morreu nesta segunda-feira (20/01/2013), em Bolonha, norte da Itália, aos 80 anos. Ele lutava contra um câncer no estômago há anos e seu estado de saúde piorou recentemente, motivo pelo qual a Orquestra Mozart de Bolonha, dirigida por ele nos últimos anos, suspendeu seus concertos há dez dias. Em dezembro, ele chegou a ser substituído no cargo, devido ao seu delicado estado de saúde.
Nasceu no dia 26 de junho de 1933, na cidade de Milão, Itália. É filho do violinista e compositor Michelangelo Abbado, seu primeiro professor de piano, e irmão do músico Marcello Abbado. Após estudar piano, composição e regência no Conservatório de Milão, estudou regência com Hans Swarowsky na Academia de Música de Viena. Também estudou na Academia Chigiana, em Siena. Em 1958, conquistou o prêmio de melhor regente na Competição Serge Koussevitsky, no Festival de Música de Tanglewood, o que lhe proporcionou diversos convites para reger óperas na Itália.
Em 1963, ganhou o Prêmio Dimitri Mitropoulos para maestros, o que lhe possibilitou cinco meses de trabalho com a Orquestra Filarmônica de Nova York. Foi diretor musical do Teatro Scala de Milão entre 1968 e 1986, regente titular da Orquestra Sinfônica de Londres entre 1979 e 1987 e diretor musical da Ópera Estatal de Viena entre 1986 e 1991. Assumiu a direção artística da Filarmônica de Berlim em 1989, arejando o clima ditatorial imposto por seu antecessor, Herbert von Karajan. Sem comprometer a qualidade, mexeu na sonoridade, buscando interpretações mais delicadas, nas quais se percebiam os detalhes das partes de cada instrumento.
Em 2000, lançou um disco com composições de Gustav Mahler. O disco ganhou o Grammy na performance vocal clássica, através da meio-soprano Anne Sofie von Otter e do baixo-barítono Thomas Quasthoff. Nesse mesmo ano, trouxe a filarmônica ao Brasil para uma série de concertos. Em 2002, saiu o disco Beethoven: Symphonies (lançado em DVD no Brasil em janeiro de 2010). A gravação de Mahler: The Symphonies, em 2003, marcou a sua saída da Filarmônica de Berlim, após 13 anos de direção artística. Ele informou na época que estava saindo porque queria estudar mais e se dedicar a orquestras jovens.
Assim, em 2006, lançou o disco Mozart: A Flauta Mágica com a Chamber Orchestra, criada por ele em 1997. Trata-se de seu primeiro registro em disco para a ópera do compositor austríaco Wolfgand Amadeus Mozart. O elenco de primeira linha é encabeçado pela soprano húngara Erika Miklósa. Em 2009, lançou o disco Johann Sebastian Bach: Brandenburg Concertos 1-6, junto com a Orquestra Mozart, à qual passou a se dedicar em 2004. O disco foi resultado de uma excursão da orquestra pela Itália, na qual utilizou repertório baseado nos seis concertos de Brandenburgo, obra clássica do compositor alemão.
