31/12/2018 — Está chegando às livrarias brasileiras a biografia da Maria Stuart, rainha da Escócia entre 1542 e 1587. A trama romanceada tem a assinatura do austríaco Stefan Zweig, que já tinha escrito um texto primoroso sobre a Maria Antonieta, a polêmica rainha da França.
Além de rainha da Escócia, Stuart foi rainha consorte da França e pretendente ao trono inglês, descendente que era do rei Henrique VII. Ascendendo ao trono escocês ainda criança, a biografada viveu uma vida repleta de intrigas políticas, romances destrutivos e diferenças inconciliáveis. Chegou, mesmo, a ser condenada por traição e presa por dezoito anos, por ordem da prima, a rainha Elizabeth I. O livro foi publicado originalmente em 1935. Essa edição da José Olympio traz, também, a assinatura da Lya Luft como tradutora.
Maria I
MARIA STUART nasceu no dia sete de dezembro de 1542, na cidade de Linlithgow, Escócia. Morreu no dia 08 de fevereiro de 1587, na cidade de Fotheringhay, Inglaterra. Única filha sobrevivente do rei Jaime V e da Maria de Guise, herdou o trono da Escócia com uma semana de vida, sob a regência da mãe. Com seis anos, foi estudar na França, onde ficaria por uma década. Em 1558, casou-se com o herdeiro da coroa francesa.
No contrato nupcial, foi obrigada a assinar um decreto, pelo qual, se morresse sem deixar herdeiros, perderia para a França os seus direitos sobre a Escócia. No ano seguinte, o marido foi coroado rei francês, com o nome de Francisco II. Com o falecimento do esposo, em 1560, retornou para a Escócia. Encontrou o país agitado pelo movimento da reforma política, chefiado pelo extremista John Knox. Apesar de católica, ela não tomaria inicialmente nenhuma medida de perseguição aos reformistas.
Rodeou-se de conselheiros protestantes, pois a maioria da nação abjurara o catolicismo. Também passou o poder para as mãos dos nobres, chefes de poderosos clãs. Pretendida em casamento por diversos pretendentes nobres, procurou a popularidade aceitando a proposta do primo católico Henry Stuart, lorde de Darnley. O marido, não satisfeito com o título de consorte, o marido quis assegurar-se da coroa. Aliou-se então a grupos opositores e começou uma conspiração contra a esposa. Os conspiradores planejavam o assassinato da rainha. Aprisionada em 1566 e grávida de seis meses, conseguiu seduzir novamente o marido, convencendo-o a fugir com ela.
Foram embora e se refugiaram na cidade de Dunbar. Lá, recebeu tropas em seu socorro, retornando à capital Edimburgo, escoltada por dois mil soldados. Uma vez a salvo, afastou-se do marido. Em 1567, foi acusada de tramar o assassinato do esposo. Logo em seguida, casou-se com o conde de Botwell, protestante, que teria sido o responsável pelo desaparecido do Henry Stuart. Esse casamento foi condenado pelo papa e pela maioria das cortes europeias. O exército real foi vencido em 1567. Aprisionada novamente, foi obrigada a abdicar da coroa em favor do filho. Em 1568, fugiu e reuniu um pequeno exército. Mas não teve êxito em voltar ao poder. Por isso, decidiu colocar-se sob a proteção da rainha Elizabeth I, sua prima, mas a monarca inglesa determinou a sua prisão. Ficou encarcerada durante dezoito anos. Em 1586, foi julgada e condenada à morte.