01Roberto
Ribeiro 

DERMEVAL MIRANDA MACIEL nasceu no dia 20 de julho de 1940 na cidade de Campos dos Goytacazes. Morreu no dia 8 de janeiro de 1996 na cidade do Rio de Janeiro. Sambista do Império Serrano, construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da décadade 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluíam sambas de todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Gravou mais de 20 discos, com sucessos populares como as canções Acreditar, Estrela de Madureira, Todo Menino É um Rei, Vazio, Malandros Maneiros, Fala Brasil e Amor de Verdade.

Roberto Ribeiro é um bem do samba exaltação dos anos de 1980 que se perdeu. Um nome que não frequenta as rodas de Paulo Cesar Pinheiro e Moacir Luz, por aqueles descuidos da historia de uma tragédia que ocorreu em 1996, quando morreu quase cego, diabético, vitima de um atropelamento no Rio de Janeiro. Ele precisa ser reerguido, sobretudo por ter deixado registrado um conjunto de sambas que a Lapa Carioca não fica uma noite sem tocar. Como primeira opção profissional, tentou a carreira futebolística, chegando a ser goleiro do Goytacaz Futebol Clube até o ano de 1965, quando foi para o Rio de Janeiro tentar a vida em um clube carioca. Depois de algum tempo treinando no Fluminense Futebol Clube, resolveu deixar o futebol para se dedicar à música.

Tomou coragem para se apresentar no programa A Hora do Trabalhador da Rádio Mauá onde com uma performance firme chamou a atenção de pessoas ligadas a Escola de Samba Império Serrano, onde começou a ganhar fama de sambista, até que, em 1971, acabou sendo convidado para ser o puxador do samba enredo da escola no carnaval daquele ano. Depois do sucesso no desfile de carnaval, rapidamente conseguiu gravar três compactos em parceria com Elza Soares, pela Odeon. A partir daí, e até meados da década de 90, quando faleceu, foi adquirindo crescente prestígio de público e de crítica, graças à voz bem timbrada, em fraseado enxuto e um enorme bom gosto para a escolha do repertório.

Nesse repertório dava oportunidade para compositores das mais diversas vertentes dos ritmos de origem africana, a exemplo dos afoxés, ijexás e maracatus. E por ser dele uma espécie de voz única, de timbre limpo e brilhante, sem exageros ou excessos de carioquices que ex-puxadores como ele carregam para sempre. Esta coleção de seus sambas maiores, lançada em 2012 pela Som Livre, traz o que o cantor e compositor fez de melhor. E aí, ao ouvidos, percebe-se que ele é mais conhecido do que se imagina. Suas interpretações para Todo Menino é um Rei, Popagas, Partilha, Triste Desventura e Malandros Maneiros (com Nei Lopes) é biscoito finos e dos últimos pacotes (Estadão).


 

 

 



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