18/02/2022 — A Editora José Olympio está mandando para as livrarias mais uma edição do livro “Macunaíma”, a obra-prima do autor paulistano Mário de Andrade. A obra foi publicada originalmente em 1928 e se transformou com o tempo num clássico da literatura nacional. Trata-se de uma mistura de motivos e tradições brasileiras. O multiculturalismo e a fantasia caracterizam o romance, considerado a mais importante pesquisa sobre o caráter nacional. O texto conta a história do Macunaíma, uma síntese mitológica do homem brasileiro. Filho de uma índia, o herói sem nenhum caráter nasce negro. É preguiçoso, disperso e debochado. O livro foi adaptado para o cinema em 1969, com direção do Joaquim Pedro de Andrade e o Grande Otelo no papel-título.
Mário
de Andrade
MÁRIO RAUL DE MORAIS ANDRADE nasceu no dia 9 de outubro de 1893 e morreu no dia 25 de fevereiro de 1945 na cidade de São Paulo. Foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo no país, praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922em 1922. Antes, porém, formou-se em música no Conservatório Dramático Musical de São Paulo. Sob o pseudônimo de Mário Sobral, estreou na poesia com a obra pré-modernista Há Uma Gota de Sangue Em Cada Poema, em 1917.
Exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso — foi um pioneiro do campo da etnomusicologia — sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil. Foi também a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos. Músico treinado e mais conhecido como poeta e romancista, esteve pessoalmente envolvido em praticamente todas as disciplinas que estiveram relacionadas com o modernismo em, tornando-se o polímata nacional do Brasil. Suas fotografias e seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. Foi a força motriz por trás da Semana de Arte Moderna.
As ideias por trás do movimento seriam melhor delineadas no prefácio de seu livro de poesia Paulicéia Desvairada e nos próprios poemas. Após trabalhar como professor de música e colunista de jornal, publicou seu maior romance, Macunaíma, em 1928. O livro, que seria mais tarde adaptado para o cinema, traça um perfil do brasileiro, com seus defeitos e virtudes, criando a saga do “herói sem caráter”, numa mistura de romance, epopeia, mitologia, folclore e história. Continuou a publicar obras sobre música popular brasileira, poesia e outros temas de forma desigual, sendo interrompido várias vezes devido a seu relacionamento instável com o governo brasileiro. No fim de sua vida, se tornou o diretor-fundador do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo.
Principais obras | |||
1922 | Pauliceia Desvairada | ||
1926 | Primeiro Andar | ||
1927 | Amar, Verbo Intransitivo | ||
1928 | Macunaíma | ||
1934 | Belasarte | ||
1943 | Baile das Quatro Artes | ||
1945 | Lira Paulistana | ||
1947 | Carro da Miséria |