Amadeu Amaral
AMADEU ATALIBA ARRUDA AMARAL LEITE PENTEADO nasceu no dia 6 de novembro de 1875, na cidade Capivari, São Paulo. Morreu no dia 24 de outubro de 1929, na cidade de São Paulo.
Fez o curso primário na cidade natal. Aos 11 anos mudou-se para São Paulo para trabalhar no comércio e estudar. Assistiu a algumas aulas do Curso Anexo da Faculdade de Direito. Entretanto, não concluiu o curso secundário. Ingressou no jornalismo, ao passar a trabalhar nos jornais Correio Paulistano e O Estado de S. Paulo. Em 1922, transferiu-se para o Rio de Janeiro para atuar como secretário do jornal A Gazeta de Notícias.
Como poeta, foi enquadrado sob diversos ângulos: parnasiano retardatário, neoparnasiano acadêmico e simbolista. Depois, os críticos passaram a enquadrá-lo como pré-modernista. É de particular importância sua obra Espumas, datada de 1917. Seus principais trabalhos poéticos envolvem Urzes (1899), Névoa (1910) e Lâmpada Antiga (1928), títulos que integram o livro Poesias, publicado em 1931. Sua grande contribuição, entretanto, foi no campo dos estudos folclóricos. De sua preocupação com o linguajar caipira, nasceu O Dialeto Caipira, de 1920, no qual se estuda, pela primeira vez com orientação científica, o falar característico do caipira paulista da região do Rio Parnaíba. Ocupou a cadeira número 15 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Olavo Bilac.
Rios
Almas contemplativas!
Vão rolando por esta vida,
como os rios quietos…
Rolam os rios – árvores e tetos,
céus e terras, tranquilos, espelhando;
Vão refletindo todos os aspectos,
num serpentear indiferente e brando;
espreguiçam-se, límpidos, cantando,
no remanso dos sítios prediletos;
Fecundam plantações, movem engenhos,
Dão de beber, sustentam pescadores,
suportam barcos e carreiam lenhos…
Lá se vão, num rolar manso e tristonho,
cumprindo o seu destino sem clamores
e sonhando consigo um grande sonho.